Acordo dos EUA com União Europeia não prejudica negociações do Brasil, avalia CNA

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Por Juliana Gonçalves

Após anúncio de acordo entre Estados Unidos e União Europeia para iniciar negociações de ambiente comercial com “zero tarifa”, que traz inseguranças para exportadores e produtores brasileiros, a Confederação da Agricultura e Pecuária, CNA, avalia que essa resolução não atrapalha as relações comerciais entre Brasil e o bloco europeu.

Segundo a confederação, o mercado da União Europeia é importante para o Brasil, como o segundo principal destino de saída do país, representando cerca 18% das vendas, tendo a soja como o principal produto exportado.

Ainda de acordo com a CNA, o Brasil reduziu os números de desembarque de soja para os países europeus nos últimos anos, realocando o grão para outros pontos do mundo com produções recordes.

O assessor da CNA, Pedro Henriques, cita que o acordo entre Estados Unidos e União Europeia não deve ter um impacto significativo de exportações brasileiras para a Europa, em curto e médio prazo.

“A gente não acredita que essa aproximação entre Estados Unidos e União Europeia vá retirar o Brasil do mercado. A gente sabe que os Estados Unidos e o Brasil, hoje, competem em vários segmentos, como soja, carne. Mas a gente acredita que o nosso produto é bastante competitivo. A União Europeia tem um mercado que demanda bastante a soja, principalmente para produção animal.”

Entre as medidas acertadas entre o presidente norte americano, Donald Trump, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, está o compromisso dos europeus de comprar mais soja dos EUA. A guerra comercial que envolve Estados Unidos e outros países tem colocado a economia mundial em alerta. Com isso, Pedro Henriques cita que deve ter cautela dos produtores no país e que o mercado internacional vai se ajustando.

“É normal de o comércio exterior haver esses movimentos de maior aproximação, distâncias e parcerias entre os países. Estamos falando dos principais países de exportação e importação. E sabemos que esses países alem de grandes produtores tem uma força política muito grande. Então, por esse motivo temos que estar sempre preparados, investindo no nosso sistema produtivo, logístico e comercialização para que a gente possa em momentos de incertezas, de dificuldades como esse, a gente possa se adaptar de forma rápida e não perder oportunidades, nem clientes no mercado internacional”.

Sobre as negociações dos blocos União Européia e Mercosul, que já se arrastam há quase duas décadas, o presidente Michel Temer informou, na reunião dos Brics, nesta semana, em Joanesburgo, que as conversas continuam e que o fato dos Estados Unidos fechar acordo com o bloco europeu não atrapalha um possível acordo a ser fechado em setembro, quando está marcado a próxima reunião entre os blocos.

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