Alan Cleber: O intérprete e a importância da música brega na cultura brasileira

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Nascido em Juazeiro, Bahia, no dia 03 de fevereiro. Não é por acaso que Alan Cleber traz a energia musical no corpo e na alma. Alan conta que o impulso da carreira artística começou no teatro, na época dos grandes festivais de Juazeiro. “No primeiro festival Edésio Santos da Canção eu fui convidado para interpretar apenas uma música. Foi uma canção de Cássio Lucena que se chama “A travessia do Mar Vermelho”.

Ali, ele ganhou o primeiro lugar de melhor intérprete. E interpretar é uma das grandezas de Alan Cleber. No repertório Maria Bethania, Roberto Carmos, Ney Matogrosso…do forró ao tropicalismo, do frevo ao maracatu. é Alan Cleber um vendaval, no melhor sentido de inventar o ritmo da vida na paz do cantar. É um rio caudaloso de talento musical e presença de palco.

Um dos shows mais belos de Alan  Cleber é  “Foi tudo culpa do Amor”. Aliás, desde que vi este espetáculo, onde ele mostra um dos melhores lados da Música Brasileira e quebra preconceitos, lembro do jornalista e historiador Paulo Cesar de Araújo.  Paulo César é também o autor da biografia “proibida” do “Rei” Roberto Carlos – leitura obrigatória para quem conseguir encontrar algum exemplar do livro censurado. Paulo pesquisou durante sete anos a história da chamada música brega entre 1968 e 1978 – os anos de chumbo da ditadura militar no Brasil.

O livro mostra que os cantores Odair José, Benito Di Paula, Diana Pequeno, Barto Galeno, Evaldo Braga, Fernando Mendes, Agnaldo Timóteo foram ignorados por estudos e pesquisas sobre o período e marginalizados na história cultural do país. É preciso saber Conta-se cantores (chamados) bregas, embalavam as massas, foram quase tão vitimados pela censura quanto Chico Buarque, Caetano Veloso. Foram massacrados pela industria cultural. No livro Eu Não Sou Cachorro, Não, título extraído de um grande sucesso de Waldick Soriano, o historiador tenta fazer justiça a esses ídolos populares.

Odair José, por exemplo, teve  música proibida por ter sido lançada quando o governo fazia programas de incentivo ao controle de natalidade entre as populações pobres, apesar da posição católica contrária ao uso de anticoncepcionais. Para os censores, a canção de Odair José representava uma conclamação à desobediência civil e uma referência explícita à sexualidade.

‘A maioria dos trabalhos sobre música brasileira trata da tradição, como o folclore nordestino, e da modernidade, como o tropicalismo’, diz o escritor. ‘O brega não é nem uma coisa, nem outra. Caiu no limbo.’ Araújo faz uma ressalva: não há análise da qualidade da produção no livro. ‘A ideia é mostrar que os bregas também tiveram importância na história de nossa cultura’. Então tenho dito: Viva Alan Cleber…Tudo foi e é por culpa do amor…Viva a música brasileira!

Ney Vital

1 COMENTÁRIO

  1. Sou fã do artista, Alan Cleber, admiro sua desenvoltura seu jeito de se apresentar. É um grande talento musical , parabéns pelo seu belo trabalho.

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