Antes de ouvir Gleisi, Paulo vai a Márcio França, em São Paulo

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Antes de receber a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, amanhã, em Pernambuco, o governador Paulo Câmara seguiu, ontem, para São Paulo. Foi recebido, à noite, no Palácio dos Bandeirantes, pelo chefe do Executivo estadual, Márcio França. Na leitura feita no PSB, São Paulo e Pernambuco guardam em comum o fato de terem seus cenários para o pleito de outubro ainda em aberto e regados a acenos do PT aos socialistas. Detalhe: o que pode resolver a vida de Paulo Câmara complica a de Márcio França. Em outras palavras, embora pessoas próximas ao governador de São Paulo admitam que Fernando Haddad – coordenador do programa de governo da pré-campanha do ex-presidente Lula – fez sinal para composição, também ponderam que uma aliança do PSB com o PT, aos olhos do eleitorado paulista, soaria como um “desastre”.

Essa aliança só seria viável, caso a eleição por lá assumisse um caráter plebiscitário. Ou seja, na hipótese de João Doria atrair o MDB e, consequentemente, França resolver ir para o “tudo ou nada”. Em meio ao atual desenho, há quem não descarte uma alteração de planos do PSDB na corrida presidencial, o que poderia mudar a equação local. Na semana passada, como a coluna revelara, quem foi à mesa com França, em São Paulo, foi o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. Márcio França tem diálogo aberto com o presidenciável Ciro Gomes, que também faz gesto ao socialista em São Paulo, mas mantém compromisso com Geraldo Alckmin. As contrapartidas que o PDT, inclusive, têm oferecido, nos estados, ao PSB passaram a ser vistas como algo que torna a “oferta” do PT nada competitiva. O PSB contabiliza 10 pré-candidatos a governador e tinha como meta eleger o máximo possível e uma bancada de até 45 deputados. Mas a sigla não anota acenos do PT em outros estados, além de Pernambuco.

As reuniões da executiva nacional e do diretório do PSB, que precedem o Congresso do próximo dia 5 de agosto, devem ser realizadas até o dia 20 deste mês. Hoje, Paulo Câmara almoça com Carlos Siqueira em Brasília. Leia-se: não é sem alinhar os planos com o presidente nacional do PSB e com o governador de São Paulo que Paulo Câmara recebe Gleisi Hoffmann, amanhã, no Palácio das Princesas, em café da manhã, como a coluna antecipou.

Caixa-preta

Lideranças nacionais do PSB têm definido a negociação com o PT como uma “caixa preta”. Alega-se, nos bastidores, que, além de Pernambuco, eles não deixam claro onde poderiam apoiar nomes do PSB. Tacham ainda de “guerra de nervos”.

Apagando…
Os recentes gestos feitos pelo Palácio das Princesas e pelo próprio Paulo Câmara na direção da família Magalhães criaram um ruído com as bases da família Coutinho. Na região, os movimentos tensionaram as relações.

…incêndio
Questionado se o episódio poderia acarretar rompimento, o deputado João Fernando Coutinho, que preside o PROS, diz: “De fato, existe uma pequena animosidade na base, mas estamos trabalhando como bombeiros para apagar o incêndio”.

Fermento
O deputado estadual Lucas Ramos vai buscar a reeleição contando com apoios em, pelo menos, 31 municípios e agregando oito prefeitos. No esforço de ampliação de sua base, recebeu o apoio recente do prefeito de Carnaíba, Anchieta Patriota, arraesista histórico e nome forte dos socialistas no Pajeú.

Bloqueio
O juiz José Adelmo bloqueou, ontem, recursos da ordem de 83 milhões da Caixa para a Prefeitura de Caruaru. A decisão foi em ação popular. O Ministério Público de Contas, o MPF e o MPPE já tinham se manifestado contra o empréstimo.

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