Cenário externo leva Copom a interromper ciclo de redução da Selic, avalia SPC Brasil

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Mesmo com trajetória bem comportada das expectativas de inflação e sinais de atividade econômica ainda fraca, Banco Central optou por manutenção dos juros influenciado por cenário externo desafiador

O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) avalia como prudente a decisão tomada na noite desta quarta-feira (16/5) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em manter a taxa Selic em 6,50% ao ano. O anúncio interrompe o ciclo de 12 quedas consecutivas da taxa básica de juros da economia brasileira. Ainda assim, trata-se do menor patamar histórico já registrado no país.

Para o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, tanto a inflação atual quanto as expectativas de inflação estão em linha com a meta oficial e a atividade econômica continua fraca, o que favorece uma política monetária expansionista, como a manutenção da atual taxa. O cenário mostra que o IPCA acumulado em 12 meses até abril registrou variação de 2,76% e a expectativa da pesquisa Focus mostra o índice em 3,45% ao final deste ano.

Ainda assim, é prudente a manutenção dos juros no patamar atual, dada a piora das condições externas e as incertezas internas principalmente as ligadas ao cenário eleitoral. “A manutenção é acertada e demonstra precaução da política monetária adotada pelo Banco Central. O atual cenário dá espaço a autoridade monetária em manter as taxas de juros em nível baixo ao menos até o final deste ano”, afirma o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

Por outro lado, Pellizzaro Junior pondera que a disparada do dólar nas últimas semanas é uma fonte importante de pressão inflacionária e que mereceu atenção dada pelo Copom. Isso porque alguns insumos e produtos importados são cotados em moeda estrangeira. “Há foco especial no cenário externo e sua pressão sobre o dólar. Ainda que haja muita ociosidade na economia pode haver repasse da alta da moeda americana sobre os preços domésticos, que somado às altas recentes do petróleo pode pressionar a inflação no pais. A isso se soma a indefinição com relação às eleições presidenciais de outubro que desvalorizam o real e aumentam o risco de a recuperação econômica ser ainda mais lenta”.

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