Conferência do Ibracon reúne 800 participantes em São Paulo

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Questões relacionadas à transparência, inteligência da informação e auditoria digital foram destaques na 7ª Conferência Brasileira de Contabilidade e Auditoria Independente

O Ibracon recebeu 800 participantes na 7ª Conferência Brasileira de Contabilidade e Auditoria Independente, quando cerca de 40 palestrantes e painelistas discutiram a evolução da atividade de auditoria independente, o impacto dos avanços tecnológicos, ética e transparência.

O início do evento reuniu debates sobre combate à corrupção e tecnologias disruptivas. “Entre as prioridades estão a preponderância da ética e da lisura no controle dos gastos públicos e dos fluxos de capitais e a interação entre o privado e o público”, enfatizou Idésio Coelho, presidente do Ibracon.

Ainda na abertura, o presidente do CFC, José Martonio Coelho ressaltou a sinergia das entidades. “Temos nos dedicado a valiosas atividades conjuntas para elevar o nível técnico e científico do contador brasileiro da área de auditoria independente”.

O evento também recebeu Leonardo Pereira, presidente da CVM, para quem o mercado de capitais depende do cenário. “A contabilidade é preponderante para um ambiente de negócios confiável e o Brasil obteve um grande avanço com a implantação das IFRS”.

Para tratar da era digital, Guilherme Araújo, da IBM, falou sobre o Watson, sistema de inteligência artificial que está revolucionando diversas áreas. “Cada vez mais, as empresas precisam de inúmeros canais de atendimento para seus clientes”.

O evento também teve a participação de Matt Waldron, diretor Técnico do IAASB, que abordou o uso da tecnologia na auditoria e destacou o trabalho do grupo de trabalho de análise de dados do IAASB.

A conferência recebeu ainda o presidente do Sescon-SP, Márcio Shimomoto; o diretor Técnico do Ibracon, Rogério Garcia; e André Caccavo, chefe do Departamento de Monitoramento do Sistema Financeiro do BCB, sob a moderação de Eduardo Pocetti, presidente do Conselho de Administração do Ibracon.

Sobre o combate à corrupção, representantes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal defenderam o apoio dos auditores. Roberson Pozzobon, do MPF, disse que “o auditor tem o desafio de decidir o que fazer depois de constatar um indício de fraude. A quem deve informar?”, perguntou. O painel recebeu Carlos Pellegrini, delegado da Polícia Federal, e Marlon Jabbur representando o Ibracon.

“Compliance regulatório para Firmas de Auditoria de Pequeno e Médio Portes” foi o painel mediado por Monica Foerster, diretora de FAPMP do Ibracon. Sócio de firma, Paulo Carvalho disse que a qualidade é que o que garante a sobrevivência das empresas para enfrentar a concorrência e não se prejudicarem com tecnologias disruptivas.

Ainda neste painel o sócio de firma Paulo Peppe criticou as empresas que fazem concorrência desleal e aceitam aviltamento dos honorários. Marco Aurélio Almeida, vice-presidente de Registro do CFC, foi enfático na defesa do atual conjunto regulatório.

Na palestra inicial do painel “Contabilidade Aplicada ao Setor Público”, Bruno Mangualde, coordenador de Normas e Procedimentos Contábeis da STN, destacou governos que estão apostando em práticas de gestão empresarial para melhorar a performance. O mediador do painel, Francisco Sant’Anna, diretor de Comunicação do Ibracon, ressaltou que a adesão das IPSAS é positiva para a interação entre os países e Zulmir Ivânio Breda, vice-presidente Técnico do CFC, observou que, quando são prestadas contas à IFAC, o Brasil está bem posicionado sobre a convergência das normas. Diretora de Contabilidade da Secretaria da Fazenda de Santa Catarina, Graziela Meincheim relatou sua experiência com a implantação das IPSAS.

Amaro Gomes, membro do Board do IASB, palestrou no Painel “Atualidades das IFRS” e disse que a aplicação da IFRS 17 está sendo avaliada pelo IASB. José Carlos Bezerra, superintendente de Normas Contábeis e de Auditoria da CVM, ressaltou que o regulador não se atém a uma determinada empresa ou operação. “Seu papel é olhar o mercado como um todo, mantendo-se atento ao contexto em que cada norma é aplicada”. Membro do Grupo de Trabalho Firmas de Auditoria de Pequeno e Médio Portes do Ibracon, Ricardo Rodil disse que essas firmas estão se debruçando sobre IFRS 15 e 16.

Edison Arisa, coordenador Técnico do CPC, ressaltou que a norma muda a contabilidade do setor de seguros. O moderador do debate foi Francisco Reis Júnior, diretor de Administração e Finanças do Ibracon, para quem “as empresas ajudariam se divulgassem os resultados da aplicação das normas estabelecidas pelas IFRS já vigentes”.

Os avanços da Noclar foram abordados por Ken Siong, diretor Técnico do IESBA, que disse que as novas regulamentações trarão avanços na relação entre profissionais, empresas, governo e especialistas. A apresentação de Siong foi moderada por Adelino Dias Pinho, diretor de Regionais do Ibracon. Joaquim da Cunha Neto, coordenador-geral de Supervisão do COAF, afirmou que a instituição conhece as dificuldades envolvidas.

Para Sérgio Varella, sócio no Lobo & de Rizzo Advogados, a Noclar revela que o mundo mudou e as instituições precisam ser mais aderentes às leis. Luiz Fernando Nóbrega, vice-presidente de Fiscalização, Ética e Disciplina do CFC, pontuou que as mudanças da Noclar foram discutidas na instituição e Idésio Coelho, presidente do Ibracon, ressaltou o avanço da norma e disse que o instituto está trabalhando intensamente na avaliação da aplicação no ambiente brasileiro.

Já existe um alinhamento dos relatórios brasileiros com a experiência internacional. Essa foi uma das conclusões das apresentações realizadas no painel “Aplicação prática do Novo Relatório do Auditor”, moderado por Rogério Garcia, diretor Técnico do Ibracon.

Patrícia Agostineto, coordenadora do CNA do Ibracon, apresentou uma pesquisa sobre o novo relatório e disse que nesse aspecto o Brasil está no mesmo nível internacional. No mesmo painel participou Madson Vasconcelos, gerente de Normas de Auditoria da CVM, e Thiago Matos, analista de Normas de Auditoria da CVM. Nelson Carvalho, professor da USP, lembrou que modificações ainda ocorrerão na produção do relatório.

“Nossa expectativa é que a Conferência contribua de modo efetivo para que todos enfrentem os desafios que o próprio desenvolvimento da nossa atividade nos impõe. Encará-los e superá-los é fundamental, pois a sociedade espera muito de nós no processo de transformação ética do Brasil”, afirmou Idésio Coelho no encerramento do evento.

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