ESPECIAL COPA: Renovação e base campeã dão à Alemanha status de favorita ao título

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Por Raphael Costa

E lá vem eles de novo. Se tem uma palavra que define a Alemanha é planejamento. Planejamento que pode significar a quinta estrela mundial. Depois de fazer uma campanha fantástica em 2014, coroada com o tetra no Brasil, e chegar a decisões nos principais torneios entre seleções, os carrascos do sete a um chegam à Rússia mais uma vez como favoritos. Com uma base consolidada, um plantel recheado de estrelas e com a nova geração pedindo passagem, os germânicos têm tudo para chegar longe na Copa.

Participando de um Mundial pela 19ª vez, os alemães querem comprovar que futebol vai muito além de tática ou sorte. Depois de massacrar o Brasil na semifinal em 2014, naquele dia que todos nós queremos esquecer, os alemães levantaram o caneco contra a Argentina. Quatro anos depois, a Alemanha mantém o padrão de jogo, com toque de bola e movimentação, e acumula bons resultados pós-Copa.

Em 2016, com o time olímpico repleto de garotos, a Alemanha chegou à final no Rio de Janeiro, mas acabou perdendo para o Brasil, em um Maracanã lotado. No ano passado, na Copa das Confederações, o time alemão levantou o caneco sem várias de suas estrelas, comprovando mais uma vez a força do elenco comandado minuciosamente por Joachim Löw, à frente da seleção desde 2006.

O único ponto fora da curva na trajetória dos alemães até o Mundial foi durante a Euro de 2016, quando foram eliminados pela França, na semifinal, por dois a zero.

Já nas eliminatórias europeias, o domínio foi total. Em grupo com adversários bem mais fracos, como Irlanda do Norte, República Tcheca, Noruega, Azerbaijão e San Marino, a Alemanha seguiu à risca o que se espera de uma seleção tradicional. Dez vitórias em dez jogos, 43 gols marcados e apenas quatro sofridos. A melhor campanha da Europa.

Com relação à última Copa, a Alemanha sofreu algumas baixas consideráveis. Do plantel campeão, alguns jogadores se aposentaram do time nacional. É o caso do lateral Phillip Lahm, do incansável Bastian Schweinsteiger, e de Lucas Podolski. O veterano Miroslav Klose também encerrou suas atividades pela seleção alemã.

Maior artilheiro das Copas do Mundo com 16 gols marcados, Klose hoje é integrante da comissão técnica de Joachim Löw. Mario Götze, autor do gol do título em 2014, não foi convocado por conta de distúrbios metabólicos, que potencializam as lesões do meia do Borussia Dortmund.

Para dar um novo gás à seleção, nomes como o do meia Draxler, companheiro de Neymar no PSG, do lateral Kimmich, do Bayern, e de Sané, campeão inglês pelo Manchester City, aparecem como referência da geração de jovens jogadores que devem manter o nível e a exigência futebolística dos tetracampeões mundiais.

Apesar das baixas, o “esqueleto” é praticamente o mesmo. A muralha Manuel Neuer segue no gol, a dupla de zaga tem os xerifes Boateng e Hummels, e o meio-campo com Khedira, Kroos e Özil mantém o padrão de jogo da seleção alemã.

Outro nome que mantém a identidade dos germânicos e tem tudo para fazer história no futebol é Thomas Müller. Conhecido pela sua versatilidade, o jogador cria das categorias de base do Bayern de Munique é capaz de armar jogadas, além de ser um atacante pelos lados ou centralizado dentro da área. Além de uma dedicação exemplar na marcação, o campeão mundial de 28 anos tem um faro de gol diferenciado, mesmo sem ser um camisa nove tradicional.

Com espírito de liderança nato, Müller é referência tanto em seu clube como na seleção. Pelo Bayern, único clube da carreira, Müller já tem mais de 430 partidas. A seleção alemã é a segunda casa do atacante, que já jogou em praticamente todas as categorias de base e desde 2010 é convocado para o time principal.

Müller pode entrar em um lista seleta de jogadores, caso mantenha seu aproveitamento em Copas. Apesar de ter disputado apenas duas edições, em 2010 e 2014, o atacante já acumula 10 gols marcados em Mundiais e sonha ultrapassar o ex-colega Miroslav Klose, recordista de gols marcados em Copas do Mundo (16).

A Alemanha tem camisa e recursos técnicos de sobra para ser líder do grupo F, sem dificuldades. Muito superior aos times da Suécia, México e Coreia do Sul, os alemães devem fechar a primeira fase com a classificação para as oitavas de final.

Daí em diante, só o destino dirá se a seleção alemã conseguirá se igualar ao Brasil em números de títulos. O primeiro jogo da Alemanha será no dia 17, contra o México. A partida começa ao meio-dia, horário de Brasília.

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