Esticar demais a corda pode ser erro político

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O governador Paulo Câmara deu-se ao luxo de adiar para o próximo mês de julho a escolha dos outros nomes que irão compor sua chapa majoritária, que é quando o povo, efetivamente, começará a se interessar pelas eleições. Até lá vai tocando com a barriga, sustentado por uma ampla frente partidária que insiste a todo custo em permanecer na base governista. Isso às vezes dá resultado porque a dois meses das eleições os partidos não têm mais poder de fogo para impor uma saída à sua maneira. É caso do PCdoB, MDB e PDT, que sugeriram nomes dos seus quadros para disputar uma vaga de senador. Essa estratégia, todavia, pode revelar-se também equivocada porque alguns desses partidos, sentindo-se desprestigiados, podem migrar para a oposição.

O governador, pelo menos até agora, tem ignorado as pré-candidaturas de Luciana Santos, André Ferreira e Eduardo da Fonte. Reservou uma vaga para Jarbas Vasconcelos e gasta todas as suas energias para garantir a segunda para Humberto Costa, caso se confirme a aliança do seu partido com o PT. Porém, não é aconselhável ignorar o pleito de Eduardo da Fonte, que é o mais pragmático dos políticos pernambucanos. Ele comanda uma tropa formada por três deputados federais (os outros são Marinaldo Rosendo e Sebastião Oliveira) e 14 estaduais e, para romper com o governo, basta levar um chá de cadeira no Palácio do Campo das Princesas.

Jogada de risco
Paulo Câmara não tá nem aí para a direção regional do PT. Negocia diretamente com Gleisi Hoffmann sua eventual aliança com o Partido dos Trabalhadores. Ele precisa tirar Marília Arraes (PT) do seu caminho, mas sabe também que pôr em sua chapa Jarbas Vasconcelos (MDB) e Humberto Costa (PT) como candidatos a senador é uma jogada de risco.

2º voto > Mendonça Filho (DEM) pode ser o primeiro voto para o Senado dos eleitores de Armando Monteiro (PT) e o segundo dos eleitores da Frente Popular, que não pretendem votar em Humberto Costa (PT). Com isto, corre o risco de sair das eleições como o mais votado.

O ciúme > É visível na bancada estadual do PSB o “muro de lamentações” pelo fato de o partido ter resolvido a eleição de Aglailson Victor (PSB) para deputado estadual, dando-lhe três prefeitos no sertão, e não estar dispensando o mesmo tratamento aos demais.

O centro > O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) luta pela “união do centro” na eleição presidencial dizendo que os “extremos” (Ciro e Bolsonaro) não atendem às expectativas do país. “Um (Ciro) quer rasgar a aritmética e o outro (Bolsonaro) a Constituição”, diz ele, que sequer fala em Lula.

Passo em falso > Antonio Moraes seria indicado por Bruno Araújo (PSDB) para ser o vice de Armando Monteiro (PTB) se não tivesse trocado o PSDB pelo PP. Os tucanos ficaram sem opção com a saída dele e por isso o anúncio da chapa das oposições já foi adiado três vezes.

Pá de cal > Pesquisa para consumo interno do PT revela que, de cada 10 eleitores do partido em Pernambuco, 5,1 defendem chapa própria para governador e apenas 1,2 aliança com o PSB. Só não se sabe se ela terá influência na reunião do dia 10, quando a convenção irá reunir-se para decidir o que fazer.

FolhaPE

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