Fachin determina abertura de inquérito contra líder do PSB no Senado, Fernando Bezerra

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Pedido foi feito por Rodrigo Janot com base em delações da Odebrecht

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin, relator da Lava-Jato, determinou a abertura de inquérito para investigar o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), líder do PSB no Senado, por suspeitas de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro. As acusações foram feitas por dois delatores da Odebrecht.

Fachin acolheu um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que argumenta que o senador teria recebido propina paga a partir de contratos para obras do Cais V e do Píer Petroleiro no Porto de Suape. O suborno foi pago pelas empreiteiras Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez, segundo os delatores.

O ministro ainda determinou que os autos fossem enviados à autoridade policial para que no prazo de 30 dias conclua diligências sobre a investigação.

O intermediário de Bezerra era Iran Padilha e o de Campos, Aldo Guedes, ex-diretor da Coopergás, conforme a delação da Odebrecht. A propina equivalia a 3% do valor dos contratos – 1,5% para Bezerra e 1,5% para Campos.

Além de Bezerra, que era secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco, foi beneficiário da propina o então governador do Estado, Eduardo Campos, conforme os delatores. Campos morreu num acidente aéreo em agosto de 2014.

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No Cais V, o valor pago foi de R$ 2 milhões – 60% pagos pela Odebrecht e 40% pela OAS –, ainda segundo os delatores. O Píer Petroleiro também rendeu outros 3%. O dinheiro teria passado pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht – o departamento das propinas – e operacionalizado por uma casa de câmbio em Recife.

O senador responde a uma outra denúncia no STF por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por irregularidades na construção da refinaria de Abreu e Lima e a outros dois inquéritos com base nas delações da Odebrecht. Em um deles Bezerra é suspeito de ter recebido uma soma de R$ 200 mil não contabilizados na campanha eleitoral de 2010. O dinheiro teria sido pago em duas parcelas, por meio do Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht, conhecido como o departamento de propina da empreiteira.

O senador ainda não se pronunciou sobre a decisão de Fachin.

Jornal O Globo

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