Fernando Bezerra Coelho no Congresso Nacional

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Não. Não me venham com a história de que a oposição esqueceu de fazer o dever de casa antes de interrogar no Senado o ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra Coelho. E que por isso ele acabou se saindo bem. Menos!
Não faltou a execução do dever de casa. Faltou munição suficiente e mortal para abater o ministro. E faltou porque não existe ou não foi descoberta até agora.
Bezerra Coelho foi posto na berlinda quando se descobriu que ele remetera a Pernambuco, seu Estado, 90% do dinheiro do ministério destinado a programas de combate a desastres naturais.
Não foram 90%, mas 70% – ainda assim um aparente absurdo. E apenas 40% dos 70% foram liberados por ora. 
Ocorre que há R$ 6 bilhões reservados para o mesmo fim distribuídos por vários ministérios. E o dinheiro da Integração Nacional só saiu para Pernambuco por decisão de Dilma. Será empregado na construção de cinco barragens no Estado.
Tudo que é sólido desmancha no ar.
Ao se desmanchar o motivo que empurrara Bezerra Coelho para o cadafalso, começaram a pipocar contra ele pequenas/graves acusações.
Uma: deixou o irmão na presidência interina de uma empresa estatal.
(Quem deixou foi o governo enquanto escolhia o novo presidente. O irmão do ministro é o funcionário mais antigo da empresa. Pelo estatuto da empresa, o mais antigo ocupa a presidência quando ela está vaga.)
Outra acusação: nora e sogro do ministro são funcionários do ministério. Puro nepotismo!
(A nora nem conhecia o filho do ministro quando foi contratada pelo ministério – nem Bezerra Coelho era ministro. Portanto, o sogro não era sequer aspirante a sogro. De resto, foi o PT que empregou o futuro sogro do futuro ministro.)
Mais uma acusação: um filho do ministro, deputado federal, conseguiu junto ao ministério liberar o valor total das emendas que apresentou ao Orçamento da União de 2011.
(Bezerra Coelho não era ministro quando isso aconteceu. Mais 46 deputados de diversos partidos conseguiram o que o filho dele conseguiu.)
De cada 10 parlamentares presentes ao interrogatório do ministro (ainda em curso) no Senado, nove eram do governo. Estavam ali para defender o ministro.
A oposição não fez o dever de casa porque na verdade não havia dever a ser feito. E foi por isso também que faltou ao interrogatório.
Imaginou derrubar o ministro no grito. Dessa vez não deu.
Enviado por Ricardo Noblat

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