Governo estende vacina contra HPV a meninos de 14 anos a partir deste mês

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O Ministério da Saúde irá estender a oferta da vacina contra HPV para meninos de 11 a 14 anos a partir deste mês. Até então, a vacina era ofertada apenas para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 12 a 13 anos, além de homens e mulheres entre 9 a 26 anos com HIV e Aids.

A medida, que consta de documento da pasta enviado às secretarias estaduais de saúde e obtido pela Folha, representa uma alteração no cronograma da oferta da vacina contra o HPV.

Anunciada em outubro de 2016, a extensão da oferta também para meninos previa diferentes etapas de ampliação. Na primeira delas, neste ano, a vacina seria ofertada apenas para meninos de 12 e 13 anos. Em 2018, seria estendida também para meninos de 11 a 12 anos, seguida por meninos de 10 e 11 no ano seguinte e de 9 a 10 anos a partir de 2020. Não havia, no entanto, previsão de ofertar a vacina também para meninos de 14 anos.

Agora, a vacina passa a ser ofertada já neste ano para todos os meninos de 11 a 14 anos. Além desse grupo, o Ministério da Saúde pretende anunciar, nas próximas semanas, uma ampliação da vacina também para um público-alvo maior, por tempo determinado.

A ideia, ainda em estudo, é que a vacina passe a ser ofertada também para meninos de outras faixas etárias, entre outros grupos.

Questionada, a pasta não respondeu sobre os motivos que levam à mudança no público-alvo da vacina. A Folha apurou, porém, que a mudança no perfil é uma resposta diante da baixa cobertura de vacinação contra o HPV, o que trouxe o risco de perda de algumas doses já adquiridas em alguns Estados.

A adesão é ainda menor na segunda dose. Desde a introdução no calendário nacional, em 2013, até março deste ano, apenas 70,5% das meninas de 9 a 15 anos receberam a primeira dose. Já o esquema vacinal completo, de duas doses, foi realizado por 43% do público-alvo.

Segundo o documento, a ampliação da vacina para meninos de 11 a 14 anos (14 anos, 11 meses e 29 dias) “reduzirá o impacto dos desfechos negativos em relação ao HPV na população masculina e feminina, bem como facilitará a operacionalização desta vacinação nos Estados e municípios”.

“Ressalta-se que a vacinação dos meninos contribui para o aumento da proteção também nas meninas, impactando nas próximas décadas o perfil epidemiológico das infecções atribuíveis ao HPV em ambos os sexos”, diz a nota, assinada pela coordenadora-geral substituta do Programa Nacional de Imunizações, Ana Goretti Maranhão.

Mudanças – Essa não é a primeira alteração no modelo de oferta de vacina contra o HPV no SUS. Inicialmente planejada para meninas de 11 a 13 anos, a vacina foi estendida para meninas de 9 a 14 anos e, no ano passado, também para meninos. O número de doses também diminuiu: de três, passou a duas doses.

As mudanças visam aumentar a cobertura vacinal contra o HPV, que pode levar a câncer de colo de útero, pênis, ânus, orofaringe e verrugas genitais.

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