I Workshop Sistema Sustentável aconteceu no Complexo Multieventos da Univasf em Juazeiro-BA

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O “I Workshop Sistema Sustentável – Abelhas, Agricultura e Saúde Humana” aconteceu durante os dias 17 a 19 desse mês e atraiu um público bastante diverso. O evento teve sua abertura no dia 17 no auditório do Campus Centro da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e nos dias seguintes a programação ocorreu no Complexo Multieventos da Univasf em Juazeiro-BA.

Estiveram presentes autoridades como a 3ª promotora de Justiça de Defesa da Cidadania de Petrolina, Rosane Moreira Cavalcanti, o Diretor de Projetos Ambientais da Agência Municipal do Meio Ambiente, Victor Flores, a Pró-reitora de Extensão da Univasf, Lucia Marise e o Presidente da Associação dos Criadores de Abelhas de Petrolina, Natalício Luís de Sá. da Organização Não Governamental Bee or not to be.

A palestra de abertura com o tema “Por que as abelhas estão desaparecendo?” foi ministrada pelo professor doutor Dayson Castilhos da Organização Não Governamental Bee or not to be, fundada em 2013 pelo professor Lionel Segui Gonçalves (Universidade de São Paulo-USP). A ONG destaca-se no país por, dentre diversos fatores, difundir o conhecimento sobre a importância das abelhas para o homem e o meio ambiente. Várias pesquisas são desenvolvidas pelos mais de 50 membros da organização e entre elas o uso de agrotóxicos relacionados à morte de abelhas no país.

“Hoje existe a ONG Bee or not to be voltada, principalmente, para a perda de abelhas no Brasil e com interesses internacionais também. A ideia é criarmos forças para defender as abelhas e os apicultores porque são duas coisas que não podem ser separadas”, disse Castilhos. O professor ainda ressaltou que o uso de muitos agrotóxicos é o que impacta grandemente a população de abelhas. “É muito importante esse evento porque ele aborda os três temas de interesse nosso que são as abelhas, a agricultura e a saúde humana. Os agrotóxicos também fazem mal à saúde humana; se não fizessem, as pessoas que os aplicam não precisariam estar com todos aqueles equipamentos de proteção individual (EPI’s)”, concluiu.

Segundo a analista ambiental e coordenadora do IWSS, professora Aline Andrade, o evento, pioneiro ao debater essa temática na região, renderá ótimas parcerias, além de um livro onde constarão todos as pesquisas e temas discutidos nos Grupos de Trabalho (GT), repassando, assim, importantes dados e informações para melhorar a convivência entre os três setores: produtivo, ecológico e da saúde.

Durante os três dias houve uma ampla discussão com os setores da produção rural, academia, administração pública e público em geral sobre “as relações entre agricultura, abelhas e saúde humana na região do Vale do São Francisco, grandemente dependente em termos econômicos e sociais da presença e saúde dos polinizadores, neste caso, as abelhas”, afirmou Aline.

Para a graduanda em Ciências Biológicas da Univasf, Larice Amorim, o evento foi muito importante no que concerne a atual situação das abelhas no Brasil e no mundo. “Foi importante para ampliar nosso conhecimento sobre as abelhas, que por sinal estão sendo extintas pela falta de conhecimento das pessoas. Sem elas na natureza há um prejuízo muito grande para os ecossistemas e até para nós mesmo que dependemos de polinização para a produção de alimentos”, afirmou.

As abelhas, a polinização de culturas agrícolas e da flora nativa

De acordo com a ONG Bee or not to be, 70% da polinização das culturas agrícolas é feita pelas abelhas, a exemplo das amêndoas, maçãs, blueberry, pêssegos, laranjas, algodão e soja. Além disso, no Brasil, segundo dados fornecidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) existem cerca de 1.700 espécies de abelhas, dentre as quais, muitas atuam como polinizadoras em 89% da flora nativa. Na Caatinga, há 187 espécies compondo a fauna apícola, sendo distribuídas em 77 gêneros e dentro desse número as espécies endêmicas e raras, com destaque para os meliponíneos contando 11 espécies de abelhas nativas sem ferrão, um dos grupos mais representativos.

Fonte: Jaquelyne Costa / Ascom Cemafauna (Texto e foto)

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