Lava-Jato prende publicitários em Pernambuco e ex-presidente da Petrobras

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A Polícia Federal descobriu que o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine, que tem nacionalidade italiana, estava com viagem só de ida marcada para Lisboa, em Portugal, nesta sexta-feira (28). Essa foi uma das razões que justificou o pedido de prisão, segundo o Ministério Público Federal (MPF). Portugal também era o destino do publicitário André Gustavo Vieira da Silva – que foi preso na manhã desta quinta no portão de embarque do Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Recife, quando tentava embarcar.

Preso na Operação Cobra, 42ª fase da Operação Lava Jato, o ex-presidente da Petrobras é suspeito de solicitar R$ 3 milhões em propina para executivos da Odebrecht, a fim de proteger a empreiteira em contratos da estatal. Inicialmente, ele havia solicitado R$ 17 milhões da companhia, quando ainda ocupava a presidência do Banco do Brasil.

A força-tarefa do MPF havia requerido a prisão preventiva – sem prazo para terminar – de Bendine. Embora tenha reconhecido a existência de provas que justificassem a prisão preventiva, o juiz Sérgio Moro decidiu impor ao executivo regime temporário de custódia por cinco dias. Para os investigadores, o fato de ter dupla cidadania poderia facilitar uma eventual fuga de Bendine para a Itália, destino de outros investigados em outros escândalos, como o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolatto, condenado no Mensalão.

A Lava Jato constatou, ainda, que os publicitários Antônio Carlos e André Gustavo Vieira, apontados como “operadores financeiros” de Bendine, tinham “negócios consolidados” em Portugal. Em 2011, segundo o procurador da República, Athayde Ribeiro Costa, os aliados de Bendine trabalharam na campanha que elegeu o primeiro-ministro português. Antônio Carlos foi detido na capital pernambucana, ao sair para uma caminhada na praia, pela manhã.

Os publicitários, proprietários da Arcos Comunicação, também firmaram um contrato de prestação de serviços de consultoria com a Odebrecht, no valor exato da propina – contrato que os investigadores consideram ser fraudulento. A PF ainda investiga se eles operavam para outros agentes públicos ou políticos.

Athayde informou que, a partir de documentos e outras provas colhidas nas buscas da fase Cobra da Lava Jato, o MPF deverá reiterar o pedido de prisão em regime preventivo do ex-presidente da Petrobras. Os três serão levados ainda nesta quinta-feira a Curitiba, no Paraná, e na sexta-feira realizam exames médicos. A expectativa é que Bendine chegue a capital paranaense no início da tarde e os pernambucanos no início da noite.

Defesa – O advogado Pierpaolo Bottini, que defende Bendine, afirmou que desde o início das investigações “Bendine se colocou à disposição para esclarecer os fatos e juntou seus dados fiscais e bancários ao inquérito, demonstrando a licitude de suas atividades”. “A cautelar é desnecessária por se tratar de alguém que manifestou sua disposição de depor e colaborar com a justiça”, disse.

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