Mel pernambucano se preparando para exportação

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A produção pernambucana de mel está sendo incentivada. Apicultores do sertão do estado estão sendo capacitados e a operação legalizada para que o produto possa ter um melhor valor agregado podendo, inclusive, ser exportado. O projeto piloto, realizado pelo Sebrae/PE e pela Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), está sendo chamado de Favo Cheio. A proposta é a transferência de tecnologias simples para a criação e manejo de abelhas através de conceitos de produção, gerenciamento e organização da cadeia produtiva do estado.

Nesta primeira etapa, estão sendo capacitados 38 apicultores de quatro municípios pernambucanos (33 de Araripina, 2 de Exu, 2 de Moreilândia e 1 de Parnamirim). Apesar de ainda em andamento, os resultados já aparecem. Segundo dados da Confederação Brasileira de Apicultura, a média nacional de produção de mel em um apiário é de 12 quilos por colmeia por ano. Em oito meses do projeto, o grupo de apicultores ultrapassou a média, chegando a 24 quilos por colmeia. “Temos técnicos que estão nos acompanhando e mostrando o melhor manejo do alimento para as abelhas e também estamos produzindo alimento orgânico, que contribui para que o enxame seja mais produtivo”, afirma o apicultor Edmilson Alves de Sousa.

Segundo o produtor, há pelo menos seis anos que não se tinha essa produção. “Estamos no período de entressafra e mesmo assim as abelhas estão produzindo mel”, pontua Sousa. Pelos dados do Sebrae/PE, teve produtor que começou o projeto com cinco colmeias e hoje já está com 35.

A proposta é que o produto seja exportado já no começo do próximo ano. O continente europeu é o foco inicial, um mercado que movimentou 7,8 bilhões de euros em 2016. Segundo dados do Intracen/ONU, em 2016,o Brasil foi o nono maior exportador de mel do mundo, possuindo como principais compradores os Estados Unidos, a Bélgica, o Canadá, a Alemanha e o Reino Unido.

Estamos hoje bem preparados muito diferente do que há dois anos. Os treinamentos nos dão segurança e podemos desenvolver melhor o nosso produto”, ressalta Edmilson Sousa. Para o mercado externo, o foco está em produtos prontos, envasados em embalagens de até 500 gramas.

De acordo com a analista do Sebrae/PE de Araripina, Rossana Webster, o projeto está na fase de fazer a legalização do apicultor e da Casa de Mel junto a Adagro e o Ministério da Agricultura. “Para este projeto piloto, o que falta é a adequação da estrutura, que é transformar a Casa de Mel em um entreposto. O projeto já está aprovado e vamos iniciar a obra. Acreditamos que no início do próximo estará tudo caminhando”, prevê.

Com a legalização, a expectativa é de que as vendas no mercado nacional também sejam ampliadas. “Hoje eles vendem o produto para os chamados atravessadores, a maioria do Piauí, Ceará e Santa Catarina. Lá, eles processam o produto, botam o rótulo e vendem como se fosse deles. O que acontece é que, dessa forma, o mel perde características importantes. Então, o nosso mel é muito mais saboroso. Legalizando podemos até aumentar a produtividade e a venda”.

Enquanto finaliza o projeto piloto, o Sebrae e a Agência de Desenvolvimento já caminham para uma segunda etapa, que é o registro da Casa de Mel de Moreilândia, um dos principais municípios produtores de mel do estado. “Queremos que eles vendam para as empresas nacionais e usem o entreposto de Araripina para também exportar”, diz.

DiarioPE

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