Partido oficialista na África do Sul decide pela saída do presidente Zuma

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O Congresso Nacional Africano (ANC), que governa a África do Sul, decidiu nesta terça-feira (13) pela saída do presidente Jacob Zuma, envolvido em vários escândalos de corrupção que mergulharam o país em uma séria crise política, informou a imprensa local.

Esta decisão, que não foi oficialmente confirmada e de caráter não vinculativo, foi tomada pelo Comitê Executivo Nacional (NEC) do partido que analisava o destino de Zuma.

“Levou 13 horas, mas o Comitê Executivo Nacional do ANC decidiu revogar o presidente Jacob Zuma como chefe de Estado”, indicou o jornal The Times, citando fontes não identificadas.

A direção do partido tem o poder de solicitar a saída de seus membros que estejam em função governamental, como aconteceu em 2008 no caso do presidente Thabo Mbeki, que cumpriu a decisão e renunciou.

A rede estatal SABC informou que o ANC deu a Zuma 48 horas para apresentar sua renúncia.

Outros veículos indicaram que o partido irá escrever a Zuma ordenando que deixe o cargo de presidente.

O partido convocou uma coletiva de imprensa em sua sede em Joanesburgo ainda esta manhã.

O partido pode revogar o chefe de Estado, obrigando-o a renunciar, mas, constitucionalmente, ele não é obrigado a obedecer.

Nesse caso, Zuma poderia ser destituído por meio de uma moção no parlamento nos próximos dias.

Este texto deve ser adotado por uma maioria absoluta dos 400 deputados.

Até agora, Zuma recusou-se a obedecer as ordens de seu partido.

De acordo com a imprensa local, o líder da formação, Cyril Ramaphosa, voltou a se encontrar com Zuma na segunda-feira para pedir-lhe que renunciasse em 48 horas.

A crise que agita o ANC, no poder desde o fim do regime de Apartheid em 1994, tem perturbado o funcionamento do Estado.

Os partidários de Ramaphosa tentam fazer com que Zuma deixe o poder o mais rápido possível diante das eleições gerais de 2019.

Os seguidores de Zuma insistem que ele deve seguir no cargo até o final de seu segundo mandato.

Nas últimas semanas, o ANC multiplicou as reuniões oficiais e as negociações entre bastidores, sem alcançar uma decisão.

A questão tornou-se mais urgente tendo em vista a aproximação do discurso anual do presidente sobre o estado da nação, finalmente adiado.

“Nós sabemos que vocês querem que esta questão seja encerrada”, disse Ramaphosa, de 65 anos, em uma reunião do partido no domingo, na Cidade do Cabo.

“Sabemos que vocês querem virar a página (…) porque as pessoas querem que isso termine. O NEC vai fazer exatamente isso”, disse ele.

O comício de domingo fazia parte das celebrações de 100 anos desde o nascimento de Nelson Mandela, e também de uma tentativa de Ramaphosa de recuperar a reputação do partido.

Na segunda-feira, os partidos da oposição pediram eleições antecipadas, enquanto a crise do ANC ainda estava aberta.

“Devemos proceder à dissolução do parlamento (…) e depois convocar eleições antecipadas”, declarou o líder do partido Aliança Democrática, Mmusi Maimane, a repórteres.

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