Pelo fim da aposentadoria integral no serviço público

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Por Arthur Cunha

Um dos maiores legados que a reforma da Previdência pode deixar para Brasil do presente e do futuro é a revisão da aposentadoria integral dos semideuses do serviço público. Vou tratar como “semideuses do serviço público” aquelas pessoas que dedicam boa parte de suas vidas estudando para passar em um concurso (olha o nome) público; para, depois do êxito, só pensarem nelas mesmas. Essas mentes, muitas delas brilhantes, poderiam ser direcionadas ao empreendedorismo na busca por soluções para os grandes problemas do país, melhorando a vida do coletivo. No entanto, preferem o egoísmo do próprio umbigo. E mais: acham que nós, os “mortais”, é que temos de bancar seus luxos eternamente.

Superministro da Economia, Paulo Guedes tem sinalizado que a reforma a ser proposta pelo novo governo vai abolir esses privilégios, incluindo até os intocáveis militares, o que já está gerando uma grita dentro e fora do Planalto. Guedes não é bobo. Com o movimento, traz para o seu lado a maior parte da opinião pública. Mas, para além da esperteza, a equipe econômica de Bolsonaro aparenta mesmo é estar usando do bom senso nessa questão. É pura matemática. A conta, simplesmente, não fecha. Ter uma aposentadoria alta, sem preocupações, é o desejo de todos nós, vale ressaltar. O que não dá para aceitar é essa excrescência que se tornou a aposentadoria integral no serviço público.

Volto a dizer: ninguém aqui é contra se ganhar bem, desde que a imensa maioria seja beneficiada. E não, apenas, uma casta de iluminados. Uma estatal no Brasil – seja ela da esfera federal, estadual ou mesmo municipal – serve mais aos seus funcionários do que ao povo, motivo de sua existência. É supersalário, penduricalho disso, adicional daquilo; auxílio não sei das quantas. E quando a estatal dá prejuízo, como tem um monte no Brasil, quem paga a conta é o Tesouro, ou seja, eu e você que está lendo a coluna agora.

Em qualquer país que se preze, o lugar de se ganhar dinheiro – se esse for o objetivo – é no setor privado, oferecendo produtos e serviços diferenciados, resolutivos, sustentáveis. E não no serviço público, cada dia mais inchado e sem entregar o mínimo que dele se espera. Alheios aos mortais, os semideuses do serviço público estão lá no seu Olimpo, míopes, sem o mínimo de empatia para com o próximo. Chegou a hora dessa turma levar um choque de realidade. O Brasil de verdade está no fundo do poço; agonizando em um corredor de hospital público. Não tolera mais sustentar marajá! Essa boquinha vai acabar!

Privatizações – A miopia dos semideuses do serviço público, que só pensam em si, são corporativistas e arrogantes, é um dos principais argumentos do superministro da Economia, Paulo Guedes, na defesa da privatização de estatais. Guedes está batendo de frente com os militares, estatistas por natureza, que criaram a maioria das empresas que aí estão. O debate, nesse caso, tem de ser amplo e sem hipocrisia. Eliminar gorduras é extremamente necessário. Mas isso não pode ser usado como pretexto para o Estado brasileiro transferir ao setor privado sua responsabilidade.

Inchaço – O fato é que o Tesouro brasileiro não aguenta mais arcar com tanto gasto. Um dado assustador reforça essa preocupação. Nos 13 anos em que dominou o Governo Federal, o PT criou nada menos que 41 empresas públicas, que pagaram, nesse período, R$ 5,5 bilhões em salários, segundo levantamento do jornal Valor. E advinha quem bancou esses cabides de emprego para os petistas e seus aliados? Pois é: eu e vocês, meus amigos.

Dudu Bolsonarista – Parece que o senador Fernando Bezerra Coelho, cotado para líder do governo no Congresso, terá concorrência na disputa por ser o representante do Bolsonarismo em Pernambuco. Quem entrou na fila também foi o deputado federal Eduardo da Fonte. Sua assessoria distribuiu release informando que Dudu fez a “primeira grande entrega da gestão de Jair Bolsonaro a municípios pernambucanos”, se referindo a 15 tratores e grades aradoras entregues à associações comunitárias pela Codevasf. A ação aconteceu no sábado, em Ibimirim.

Interiorização do turismo – Muito positivo esse movimento de interiorização do Turismo em Pernambuco, capitaneado pelo novo secretário da área, Rodrigo Novaes, que tem raízes sertanejas. Ontem, Rodrigo abriu a temporada do Carnaval 2019 com uma ação promocional que comemorou o centenário do boneco gigante de Zé Pereira, em Belém do São Francisco, no Sertão de Itaparica. O município, aliás, integra uma região de muitas potencialidades turísticas. A interiorização será a principal bandeira defendida pelo secretário à frente da pasta.

Curtas

PAUTA MUNICIPALISTA – O presidente da Amupe e prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota, estará em Brasília, amanhã, para reunião na CNM. Na ordem do dia, as pautas municipalistas que serão debatidas com o novo governo. Acompanham Patriota no encontro pare da diretoria reeleita com ele, da qual fazem parte a vice-presidente Ana Célia (Surubim), o tesoureiro João Batista (Triunfo) e a secretária da Mulher, Débora Almeida (São Bento do Una).

MULHERES NA POLÍTICA – Boa surpresa deste início de Legislatura, a bancada feminina da Assembleia Legislativa se reuniu para um almoço de confraternização. A ideia é afinar a atuação delas com temas relacionados à participação da mulher da política, por exemplo. Quem puxou o debate foi Roberta Arraes, que está no seu segundo mandato. A coluna apoia totalmente a iniciativa e deseja sorte às deputadas.

FILIAÇÕES – A Executiva Nacional do PR realizou encontro com todos os presidentes estaduais, em Brasília, para definir as estratégias visando o pleito municipal de 2020. Os dirigentes colocaram como meta filiar nomes competitivos. “Várias lideranças se identificam com o nosso projeto e vamos trazê-las para os nossos quadros”, adiantou o presidente em Pernambuco e prefeito do Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira.

Perguntar não ofende: Moro terá êxito na aprovação da Lei Anticrime?

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