Pernambuco tem alto índice de jovens vítimas de violência

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Na coluna desta semana eu sigo comentando algumas questões relacionadas à segurança pública, aproveitando o recém-lançado Atlas da Violência de 2018. Porém, queria tratar um pouco mais dos números que retratam a realidade do Estado de Pernambuco. E eles impressionam, dado todo o alarde feito em torno do Pacto pela Vida, programa criado ainda na gestão do ex-governador Eduardo Campos.

Com destaque, o Atlas aponta para uma “consolidação da exaustão do programa Pacto pela Vida”, atentando para o fato de que houve uma redução nas taxas de homicídio em Pernambuco entre 2007 e 2013, mas com rápido crescimento posterior destas mortes, com 39,3% de aumento apenas nos últimos três anos.

E dentro deste rápido crescimento de números relacionados à violência e letalidade, algo chama muito a atenção em um recorte que já fiz na última coluna: a mortalidade da juventude, estando o estado de Pernambuco entre os cinco estados com maior taxa de mortalidade nesta faixa etária. São mais de 200 mortes para cada 100 mil jovens em um período de um ano. Assusta também o número de homicídios de mulheres, ficando o estado como o sétimo maior do Brasil. Os números não nos ajudam a identificar especificamente as mortes por feminicídios, mas não é difícil imaginar que muitas delas já deviam sofrer com violências outras antes do desfecho de morte, como aponta o próprio relatório.

O fato é que a sensação de insegurança é algo absolutamente presente no cotidiano da população pernambucana como um todo. Fechamos o ano de 2017 com 5.427 homicídios, o que nos leva a uma média de quase 15 mortes todos os dias naquele ano. Afora outras situações como altos índices de crimes violentos e estupros, por exemplo.

Dada a realidade, muito dificilmente o tema da Segurança Pública deixará de ser pauta de destaque durante as próximas eleições. De antemão, precisamos cobrar muita responsabilidade com um tema tão complexo e tão cheio de variáveis. Se por um lado o governador Paulo Câmara tem se mostrado incapaz de lidar com nosso atual quadro, tampouco sua oposição de direita, representada pela candidatura de Armando Monteiro, parece capaz de apresentar qualquer resposta efetiva ao povo pernambucano.

Aristóteles Cardona Júnior

Médico de Família e Comunidade – Petrolina/PE

Professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco

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