Pesquisa é vista como trunfo no PT para lançar candidatura própria

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O presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro, aguarda a confirmação da presidente nacional da sigla, a senadora Gleisi Hoffmann, sobre reunião prevista para a terça-feira (5), em Brasília, cujo objetivo é discutir a estratégia eleitoral da legenda em Pernambuco. A pedido de Gleisi, uma comissão está sendo formada e será composta pelo próprio Bruno e mais dois representantes do diretório local – um favorável à candidatura própria e outro à aliança. Os nomes devem ser indicados nesta segunda-feira (4).

Defensores do projeto próprio apostam em pesquisa de intenção de voto – encomendada ao instituto Vox Populi – como argumento em prol da candidatura da vereadora Marília Arraes. Há expectativa de que a amostra seja entregue nesta segunda para que seus números sejam realçados junto à dirigente nacional.

“Vamos levar informações a essa reunião. Devemos ter, no resultado da pesquisa da Vox Populi, referenciais pra tomar posição com tranquilidade”, defende a deputada estadual Teresa Leitão (PT). Há um clima de torcida entre os defensores das duas teses que serão debatidas em votação prevista para o próximo domingo (10).

Os aliancistas creem, no entanto, que podem ganhar a queda de braço antes que o evento aconteça. O vice-presidente estadual do PT, Oscar Barreto, argumenta que a decisão política de apoiar o PSB já está tomada “há muito tempo” e que não há possibilidade de existir candidatura própria.

O presidente Bruno Ribeiro, em tom amistoso, afirma que espera um entendimento prévio. “Queremos chegar ao encontro já com consensos feitos. Mas, se não for possível, a decisão será serena”, determina. Uma reunião acontece nesta segunda-feira, ao meio-dia, com integrantes da executiva estadual para definir regras do evento de domingo.

Teresa Leitão elogiou a decisão de Gleisi em ter convocado essa comissão para a reunião em Brasília. “Está havendo muita versão, cada um interpreta de um jeito o que é dito pela nacional. Da minha parte, eu achei o encaminhamento muito correto”, avalia. “Domingo nós vamos apresentar duas teses, a menos que os defensores da aliança desistam. A tese da candidatura própria, certamente, vai ser apresentada”, demarcou a deputada.

Bruno Ribeiro explica que um eventual entendimento em torno de aliança entre PT e PSB envolve dez estados, entre eles Pernambuco, razão pela qual uma decisão demanda ainda mais diálogo.

O governador Paulo Câmara, vice-presidente nacional do PSB, também terá uma reunião com a senadora Gleisi Hoffmann, na terça, momento em que pode se dar um gesto definitivo no sentido da aliança em Pernambuco. Antes, o governador desembarca, nesta segunda, em São Paulo, onde terá conversa com o governador Márcio França. O tema das alianças regionais entre PT e PSB deve ir à pauta.

Teresa Leitão, todavia, observa que esses encontros com o governador fazem parte de uma interlocução nacional dos partidos de esquerda. “Essas reuniões estão acontecendo com representantes de outros partidos. Ocorre que Paulo Câmara está doido, como quem se agarra em jacaré de boca aberta, para retirar candidatura de Marília”, dispara a parlamentar.

Oscar, contudo, desconsidera, com veemência, o peso da pesquisa na tomada de decisão. “Essa conversa de pesquisa é argumento de retórica. Ninguém toma decisão baseado em pesquisa. Humberto tinha 40% e perdeu eleição pra Geraldo Julio. Pesquisa é momento e campanha política é uma coisa mais séria”, alega o vice-presidente.

Cogitou-se uma possibilidade de os delegados do PT serem modificados, numa manobra para aprovar a política de aliança, mas petistas, que defendem a candidatura própria, usam o estatuto para vetar esse caminho.

“O estatuto do PT é muito claro ao dizer que o delegado titular só pode ser substituído se manifestar por escrito”, afirma Múcio Magalhães. “Não vi nenhuma grande manifestação de quem defende aliança com Paulo Câmara. Eles nem dizem isso claramente. Se há alguém que enxerga maioria, deveria mostrar”, adverte.

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