Prefeito de BH ameaça desistir de reeleição

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O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), que segundo todas as pesquisas têm fortes chances de ser reeleito em outubro, ameaça retirar sua candidatura. O recado foi enviado no fim de semana ao PT e chegará também ao PSDB, segundo apurou o Valor.
PT e PSDB governam com Lacerda desde 2009. Há meses, o prefeito tenta costurar uma reedição da aliança com as duas legendas. Mas a antecipação, por parte de seus dois aliados, pelas disputas eleitorais de 2014, dificultam muito a tarefa de Lacerda de ter ambos no palanque.
No sábado, a situação ficou ainda mais difícil. O PSB, em convenção municipal, decidiu ficar sozinho na chapa da eleição proporcional de vereadores, sem coligação com PT ou PSDB. Isso enfureceu lideranças petistas de Minas Gerais, que exigiam a proporcional como condição para apoiar a reeleição do prefeito.
O PT reagiu no sábado mesmo: a executiva municipal lançou um candidato a prefeito, o atual vice-prefeito, Roberto Carvalho. Mas como Carvalho está longe de ser unanimidade, outras lideranças do partido falam agora em lançar o ex-prefeito e ex-ministro do governo Lula, Patrus Ananias. Mas isso só se o PSB não voltar atrás e não fechar a chapa proporcional com PT.
Lacerda tem dois aliados de peso: o senador Aécio Neves (PSDB-MG), principal nome hoje da oposição à eleição presidencial de 2014, e o ministro do Desenvolvimento Fernando Pimentel (PT). Foi um acordo entre os dois que elegeu Lacerda, então secretário de Estado no governo Aécio, em 2008. No fim de semana, Lacerda pendeu para Aécio. O prefeito apoiou a decisão da executiva nacional de não fechar chapa proporcional com ninguém.
Aécio prevenira Lacerda que se o PSB fechasse a proporcional com o PT, o PSDB pularia fora de sua campanha pela reeleição. O argumento tucano é que o PT já tinha indicado o candidato a vice-prefeito e com a chapa proporcional aumentaria sua bancada na Câmara Municipal.
Incomodado com o que considera ser uma disputa de seus dois aliados atuais já com vistas às eleições de 2014, quando Lacerda poderia concorrer ao governo do Estado, o prefeito diz agora que tem quatro hipóteses: dizer sim ao PT na chapa proporcional e perder os tucanos; abraçar os tucanos, fechando com eles eventualmente a chapa proporcional; disputar sozinho, elegendo apenas os vereadores de seu partido, ou desistir da candidatura.

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