Romário debate venda direta de etanol das usinas aos postos

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As usinas produtoras de etanol de Pernambuco, de Alagoas e de Sergipe já podem comercializar o produto diretamente para os postos de combustível sem passar por distribuidoras. A venda passa a ser possível após liminar concedida, na últimas terça (26), pela 10ª Vara Federal de Pernambuco. Defensor da ideia, o deputado estadual Romário Dias (PSD), comemorou a notícia durante pronunciamento, nesta quarta (27), na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

“Durante a greve nacional dos caminhoneiros (no fim de maio), já havíamos dado essa sugestão de que nossas usinas pudessem comercializar etanol sem a necessidade de passar pelas distribuidoras. Sugerimos que o álcool fosse levado das usinas diretamente para os postos de combustível e, consequentemente, que houvesse uma queda no custo do álcool combustível para os consumidores”,  relembrou o deputado.

Segundo Dias, a venda direta aos postos reduz o valor do etanol porque elimina boa parte dos custos operacionais para os produtores. “Hoje, você tira o álcool de uma usina e leva para a distribuidora, em Suape, e depois tem de retornar para comercializar nos postos praticamente ao lado do local de produção inicial. Se você carrega o caminhão na usina Petribu e manda para Carpina ou Timbaúba, por exemplo, elimina os custos desse transporte até Suape, da mão de obra e até da depreciação dos caminhões, com isso, automaticamente, o valor do álcool nas bombas tem de baixar”, analisou.

Aparteado pelos deputados Odacy Amorim (PT), Henrique Queiroz (PR), Zé Maurício (PP), Eduíno Brito (PP) e Aluísio Lessa (PSB), Dias ainda comentou a eventual perda de arrecadação estadual com a venda do etanol direto aos postos. A preocupação com a balança comercial do Estado foi levantada por alguns parlamentares durante os apartes.

“Esse problema da arrecadação é fundamental, pois não podemos retirar mais dos governos estaduais, que já vivem com problemas sérios, mas não podemos também todas as vezes que vamos fazer algo que vai favorecer a população, parar os debates por causa desta questão. Acho que os governos têm outros mecanismos para que eles possam taxar outros produtos. É como eu sempre digo: é possível taxar o cigarro, as bebidas alcoólicas (menos a cachaça), a pólvora, as armas de fogo, ou seja, temos vários outros produtos que podem ser taxados para não mexer no álcool. Alem disso, a arrecadação não deve diminuir tanto porque, com certeza, as pessoas vão consumir mais álcool; quem consumia 20 litros, pode aumentar para 40, 50  litros porque sabe que a economia do combustível está garantida”, detalhou o deputado.

Para Dias, o próximo passo dos parlamentares, agora, deve ser uma conversa com o secretário estadual da Fazenda, Marcelo Barros, para garantir, de fato, redução de preço no valor do etanol para o consumidor final, e o debate do tema na Alepe, por meio da Comissão de Desenvolvimento Econômico. “Vamos acompanhar esse assunto para conseguir essa diminuição o mais rápido possível. Faremos um grande debate na Comissão d Desenvolvimento Econômico para que possamos discutir tudo o que envolve o sistema de álcool usado como combustível em Pernambuco. A liminar (da Justiça) pode até cair, mas não vamos deixar esse assunto morrer ou ficar em segundo plano. Temos que falar sobre isso hoje, amanhã e depois de amanhã, em todos os lugares, para alertar a população que isso é não é trabalho de um deputado ou partido político; é um trabalho dos parlamentares que aqui (na Alepe) chegaram com o propósito único de servir à comunidade sem se servir dela”, concluiu.

Cynthia Morato/Assessora de Comunicação

1 COMENTÁRIO

  1. Na minha opinião isso só vai garantir o aumento do lucro dos donos dos postos porque não há fiscalização do governos e, principalmente, dos consumidores.

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