Tráfico alavanca número de assassinatos em Pernambuco

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Tráfico alavanca número de assassinatos em Pernambuco

Por meio do crime organizado, o tráfico de drogas assumiu contornos sofisticados nas grandes cidades e também se interiorizou. E a falta de controle sobre essa modalidade tem impactado outros indicadores negativos, como o de homicídios. Em Pernambuco, o consumo e a venda de entorpecentes está por trás, direta ou indiretamente, de 70% das mortes violentas, segundo o Governo do Estado.

O número de assassinatos contabilizado de janeiro a julho de 2017 é o recorde da década para o período – 3.322. O dado local é tão negativo que foi responsável por um terço do aumento nacional da quantidade de homicídios neste ano – quase 28 mil no Brasil, ante 26,4 mil, no primeiro semestre de 2016.

Em Pernambuco, a Secretaria de Defesa Social (SDS) começou a divulgar as motivações dos chamados crimes violentos letais intencionais (CVLI) no primeiro semestre. Os dados de julho, por exemplo, indicam que 32% dos delitos tiveram relação com o tráfico de drogas. Outras categorias, como acerto de contas (19%) e conflitos nas comunidades (18,5%), também podem ter o uso e a venda de substâncias ilícitas como pano de fundo. No Interior do Estado, os resultados assustam. Em 2004, por exemplo, essa região foi cenário de 1,6 mil homicídios.

O quantitativo chegou ao patamar de dois mil, em 2008, voltou a 1,6 mil, nos melhores anos do Pacto pela Vida (2012 e 2013), e, de 2014 para cá, subiu de novo, até bater o recorde no ano passado, com 2,6 mil casos. Em outras palavras, mil pessoas a mais foram mortas na Zona da Mata, no Agreste e no Sertão em 2016 no comparativo com 12 anos antes.

O consultor na área e integrante do Conselho Distrital de Segurança Pública de Brasília, George Felipe Dantas, cita o fenômeno da translocalização do crime para explicar a escalada da violência. “Numa porção considerável dos municípios brasileiros, em pelo menos dois mil, você já pode mapear cracolândias. É forçoso observar que existe uma criminalidade que orbita ao redor do uso e tráfico de drogas. Os CVLIs correspondem a uma massa de criminalidade que orbita muito perto desse planeta violência”, avalia. Folha de Pernambuco

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