Transposição, medo e receio.

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O Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, esteve no último dia 16 na cidade de Salgueiro com o propósito de anunciar oficialmente o reinicio das obras da transposição do Rio São Francisco. Quase um ano paralisada, o que se vê são poucos homens trabalhando, o que foi feito até agora se deteriorando, o Exercito através do 2º Batalhão de Engenharia de Construção, impotente, pouco podendo fazer diante do muito que ainda falta.

O Ministro não explicou como o trecho do lote 8, que corta os municípios de Cabrobó e Terra Nova, será retomado, pois o que foi feito precisa de reparos e de onde começa a transposição quase nada foi feito.

A insegurança no manejo de equipamentos perigosos gera medo e receio na população. Medo que equipamentos perigosos como explosivos sejam utilizados por pessoas inexperientes e receio de que danos afetem as pessoas. No final de 2010, um volume alto de dinamite foi explodido em uma pedreira que fica há 7 km da cidade, causando rachaduras em varias casas.
Além disto, não é preciso construir nenhuma linha de investigação para se chegar a uma conclusão, desde que as obras da transposição foram iniciadas os arrombamentos de caixas eletrônicos no Nordeste cresceram de forma assustadora.
Informações de funcionários da obra nos dão conta que, por várias vezes os vigias noturnos foram atormentados com movimentos de veículos estranhos rondando o local onde são armazenados os explosivos. Quando acionada, a segurança armada do Exercito interceptava os mesmos que alegavam estarem perdidos, no centro da caatinga.
Fomos informados que há, aproximadamente, 90 (noventa) dias, um vigilante foi surpreendido por homens armados à procura dos artefatos. O vigilante tinha sido espancado, mas não entregou o que eles procuravam. Falha ou não na segurança, coincidentemente, neste mesmo período houve troca da empresa responsável pela vigilância noturna.

Da BR até as margens do Rio, os problemas também são preocupantes. Depois de anos de trabalhos e milhões investidos, falha na leitura do projeto ou pressa na construção do trecho levou os engenheiros a construir em local errado a subestação, que vai abastecer de energia elétrica as bombas que vão sugar água do reservatório, para o canal. Como o reservatório não foi construído e passa por solo rochoso, há necessidade do uso de explosivos na desobstrução da área.  Construída a poucos metros do local onde ficará o reservatório, a subestação, que já está quase 60% concluída, será desmontada pois os equipamentos não suportarão os impactos causados com as explosões. Dois transformadores de ultima geração, custando pouco mais de R$ 1,3 milhões cada, estão expostos ao relento, junto com mais equipamentos de alta tecnologia, que somam quase 5 milhões de reais, sob os cuidados de vigilantes que pela sobrevivência arriscam a própria vida.
Receio que a obra fique pelo meio do caminho. O desemprego, novamente, já faz parte da vida dos sertanejos.

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