Apuração: Peritos do MT encontram indícios de origem criminosa em incêndios no Pantanal

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Fogo já destruiu cerca de 2,8 milhões de hectares, sendo 1,7 milhão no Mato Grosso e 1,1 milhão no Mato Grosso do Sul

A Polícia Federal (PF) e órgãos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul estão investigando as origens dos incêndios na região do Pantanal. Na região de Barão de Melgaço (MT), peritos apontaram que um incêndio foi causado pela queima intencional de vegetação desmatada para criação de área de pasto para gado.

No Mato Grosso do Sul, por meio da análise de imagens de satélites e do sobrevoo em algumas áreas, agentes da PF tentam traçar o percurso percorrido pelas chamas desde o ponto onde o fogo começou. Até quarta-feira (16/9), o fogo já havia destruído cerca de 2,8 milhões de hectares, sendo 1,7 milhão no MT e 1,1 milhão no MS.

Na última segunda-feira (14/9), 31 policiais federais cumpriram dez mandados de busca e apreensão, periciaram áreas incineradas e colheram depoimentos na Operação Matáa. Enquanto isso, órgãos estaduais do MS estão realizando uma apuração conjunta com o propósito de identificar a origem dos incêndios.

Na quarta-feira (16/9), servidores do Instituto de Meio Ambiente (Imasul), bombeiros, policiais militares e civis e peritos da Secretaria de Justiça e Segurança Pública começaram inspecionar 35 propriedades rurais na primeira fase da Operação Focus.

Entre as hipóteses investigadas está a de que proprietários rurais autorizados a queimar parte da vegetação para limpar suas terras tenham perdido o controle das chamas, que avançou pela vegetação seca devido a mais severa estiagem das últimas décadas. Outra hipótese é a de que as queimadas tenham sido intencionais.

Ainda sem suspeitos

No Mato Grosso, o governador Mauro Mendes afirmou que quem incorrer em crimes ambientais será identificado e responsabilizado. Segundo o governo estadual, peritos da Delegacia de Meio Ambiente (Dema) já atestaram que vários focos de incêndio registrados no Pantanal mato-grossense começaram de forma criminosa.

Até o momento, no entanto, as autoridades locais não apontaram quaisquer suspeitos. A Polícia Judiciária Civil já instaurou inquéritos para apurar aos incêndios em cinco pontos do Pantanal. Na Reserva Particular do Patrimônio Natural Sesc Pantanal, na região de Barão de Melgaço, peritos apontaram que o incêndio foi causado pela queima intencional de vegetação desmatada para criação de área de pasto para gado.

Nas imediações da Fazenda Espírito Santo, próximo ao Sesc Pantanal, o fogo se espalhou pela vegetação depois que uma máquina agrícola usada para limpar a área pegou fogo. Faíscas na fiação elétrica de alta tensão foram apontadas como possível causa do incêndio registrado próximo a um condomínio de luxo próximo à Rodovia Helder Cândia, o Brasil Beach, em Cuiabá.

Outro acidente, este automobilístico, causou a destruição de cerca de 6 mil hectares de vegetação nativa ao longo da Rodovia Transpantaneira. De acordo com a Polícia Civil, o veículo caiu em um barranco e pegou fogo após o motorista ter perdido o controle, e as chamas logo se espalharam pela mata.

O quinto resultado da perícia sugere que outro foco de incêndio tenha sido precipitado pela prática de uso de fogo na retirada de mel de abelhas silvestres, por produtores de uma região de mata fechada conhecida como Moitão.

De acordo com a Polícia Judiciária Civil, quem é responsabilizado em casos como estes pode ser condenado a penas de reclusão de dois a quatro anos, além de pagar multas cujos valores podem variar entre R$ 1 mil e R$ 7,5 mil por hectare de vegetação afetada.

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