Concurso? Mantenha o foco em 2020

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O sonho da estabilidade financeira por muitas vezes vai ao encontro da palavra “concurso”. A participação na administração pública do seu município, estado e país é uma garantia presente desde 1948 na Declaração Geral dos Direitos Humanos. O concurso garante que o princípio de igualdade de competição na forma de ingresso seja respeitada, apresentando uma mesma prova para os candidatos que concorrem a um mesmo cargo específico. Em Pernambuco, alguns concursos foram confirmados para o novo ano, mas será que ainda dá para investir em concursos em 2020? O curto tempo de estudo com relação ao edital publicado e a prova propriamente dita é um percalço para alguns estudantes. Porém, o estudo direcionado faz a diferença ainda antes do lançamento dos certames.

Experiente na instrução de estudantes para concursos, Geneide Ferreira estuda as bancas organizadoras antes de dar aulas. “A cada edital lançado, a gente se prepara para dar aulas específicas sobre o que cada banca pede na prova”, contou a professora e dona de cursinho preparatório. Para ela, uma pessoa decidida a prestar concurso precisa estudar antes mesmo da oportunidade aparecer. “O problema é que os concurseiros querem deixar tudo para última hora”, reclamou.

A professora salientou que mesmo com a dificuldade de encontrar tempo livre, pouco tempo de estudo já faz a diferença. “Não é o tempo que você estuda, mas a qualidade com que você estuda”, explicou. Vídeoaulas e questões práticas são alternativas para quem precisa aproveitar melhor o tempo. Renata Nunes, aluna de Geneide, presta concursos públicos há mais de seis anos, mas só começou a estudar de uma forma direcionada, com aulas, no último ano. “Da última vez que fiz uma prova já estava mais confiante, por me sentir mais preparada mesmo”, contou. Com a aproximação das festas e reuniões de fim de ano, as comparações e cobranças de familiares com a prima que passou no concurso e o tio concurseiro são inevitáveis. Renata, por exemplo, começou a prestar provas para cargos públicos por inspiração em pessoas da família. “Eu tenho um espelho, que são algumas pessoas da minha família que fizeram concurso e estão bem na vida“, explicou.

Gustavo Dias, recém formado em medicina, escolheu fazer concurso pela estabilidade financeira. “É muito difícil encontrar um hospital que te contrate sem ser como prestador de serviço”, contou sobre sua área. Para ele, a garantia de direitos trabalhistas como férias remuneradas, vínculo e afastamento remunerado em caso de doença é de suma importância. A flexibilização dos contratos de trabalho, impulsionada no Brasil desde 2017 e fomentada pelo fim do Ministério do Trabalho, em alguns casos, torna o profissional facilmente substituível, pondo em risco planejamentos a longo prazo. “Para quem tem família é meio complicado esse jogo de azar, de você não saber seu futuro. O que o concurso já te dá, o salário geralmente não atrasa, você tem um vínculo profissional, direito à previdência”, explicou Gustavo.

Márcio Nogueira, cirurgião-dentista clínico geral, aposta na vaga pública pela maior remuneração e segurança. “O país está em crise e a situação está complicada, principalmente para a minha área. Como tem muito dentista e o plano de saúde não valoriza o profissional, busquei o concurso”, esclareceu. Para ele, o receio de diminuição dos concursos públicos nos últimos anos o fez focar mais nas seleções. “Nos próximos anos o que se espera é não abrir mais concurso, aí a gente tem que se segurar agora“, concluiu. |FolhaPE|

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