Dicas úteis para melhorar sua capacidade de atenção

0

A atenção é uma das habilidades mais importantes para melhorar a concentração. Todos nós podemos aprender a treinar nossa capacidade de atenção, a fim de melhorar nossos níveis de concentração e, assim, aumentar nossa produtividade. Tudo que você precisa saber sobre cuidados e como melhorar sua capacidade neste post.

O que é atenção?

Do ponto de vista da psicologia, a atenção não é um conceito único, mas o nome atribuído a uma variedade de fenômenos. Tradicionalmente, tem sido considerado de duas maneiras diferentes, embora relacionadas.

Por um lado, a atenção como qualidade de percepção que se refere à função da atenção como filtro dos estímulos ambientais, decidindo quais são os estímulos mais relevantes e dando-lhes prioridade por meio da concentração no objetivo, e assim ter um processamento mais profundo na consciência.

Por outro lado, a atenção é entendida como o mecanismo que controla e regula os processos cognitivos; do aprendizado ao raciocínio.

Por que o cuidado é tão importante?

Existe uma grande diferença entre olhar e observar cuidadosamente.

A atenção mostra a capacidade do ser humano de se fixar com cuidado em um espaço onde a realidade concreta retém informações valiosas em sua memória. A atenção mostra a atitude ativa de quem está interessado e concentrado no que está fazendo.

Por exemplo, a atenção é muito importante no nível acadêmico ou no local de trabalho, porque somente quando a pessoa está atenta ela é capaz de realizar uma gestão detalhada, porque entendeu exatamente o que deve fazer. Para estar atento a informações específicas, é importante estar receptivo e ter tempo para observar. Pressa e prestar atenção são incompatíveis.

Na era da tecnologia, as pessoas estão ficando dispersas. Por exemplo, há pessoas que escrevem no computador enquanto assistem televisão, outras pessoas executam tarefas enquanto falam ao telefone, muitos alunos consultam as redes sociais quando estão estudando.

Porém, prestar atenção realmente em uma conversa, em um assunto do dia a dia ou no trabalho é uma área muito mais profunda que envolve conectar-se com o agora e eliminar distrações no ambiente. Por exemplo, um aluno que deseja realmente prestar atenção aos seus estudos pode estudar na biblioteca, um ambiente de silêncio e onde o risco de interrupções é minimizado.

Prestar atenção em algo ou alguém é uma expressão de amor que mostra preocupação. Pelo contrário, a desatenção é um sinal de desinteresse. A atenção é especialmente importante na comunicação interpessoal porque facilita a compreensão mútua e o diálogo.

Estar atento ao que um amigo lhe fala significa dar importância ao seu mundo. A  atenção te ajuda a viver mais conscientemente, a saber melhor o que você quer observando a realidade com atenção ao longo do tempo. A observação é uma das formas mais importantes de saber.

Transtornos relacionados à atenção

Os distúrbios de atenção podem ser encontrados em pessoas normais, principalmente em condições de estresse, emoção intensa ou cansaço. São os seguintes:

  1. Hipoprosexia  (diminuição da atenção). É uma diminuição do nível de atenção do indivíduo. Pode ser detectado em condições normais (sonolento, cansado, entediado) e em condições patológicas (orgânico ou funcional, neurótico ou psicótico).
  2. Hiperprosexia  (hiperatividade da atenção). É uma hipervigilância ou aumento da atenção do indivíduo. Pode ser detectado em condições normais (por exemplo, em situações de perigo real) e em condições psicopatológicas.

Embora as causas acima sejam comuns a toda a população, como indicamos em alguns distúrbios e doenças, a concentração falha devido às alterações geradas por essas condições. São as seguintes:

  1. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade

O TDAH se caracteriza justamente pelas dificuldades em manter a concentração e facilidade de distração, hiperatividade presente ou não. Aqueles que sofrem com isso se distraem facilmente, eles tendem a esquecer objetos e coisas para fazer e têm dificuldade em completar tarefas. Nos casos em que há hiperatividade, também há agitação, nervosismo e impulsividade.

  1. Alzheimer e outras demências

As demências e doenças neurodegenerativas costumam causar problemas de atenção e concentração ao serem produzidas por deterioração cerebral. Junto com os problemas de memória, a capacidade de concentração costuma ser uma das primeiras habilidades a diminuir.

  1. Esquizofrenia

Embora a primeira coisa que vem à mente quando se fala em esquizofrenia sejam as alucinações, outro dos sintomas frequentes de quem sofre desse transtorno é a presença de dificuldades de atenção, principalmente em quem sofre de algum prejuízo. Isso sem levar em conta a presença de um possível surto psicótico, no qual a concentração tende a derivar para as alucinações.

  1. Transtornos do humor

Pessoas com depressão geralmente têm dificuldade de concentração e suas mentes estão frequentemente ocupadas com pensamentos negativos. A tristeza e os pensamentos automáticos que são gerados nos episódios depressivos, a anedonia, a apatia e a passividade que costumam acompanhá-lo tornam muito difícil a concentração do paciente.

Já as pessoas que sofrem de transtorno bipolar, além dos problemas dos episódios depressivos, também terão falta de concentração quando estiverem na fase maníaca. Em um episódio maníaco, a pessoa é expansiva, enérgica, acelerada, agitada e pode até ficar irritada. Focar e manter a atenção em um estímulo específico é muito mais complexo, pular de um estímulo para outro.

  1. Uso de substâncias

Um grande número de drogas e outras substâncias dificultam a concentração de quem as toma, seja pela depressão do sistema nervoso, seja pela estimulação excessiva. Por outro lado, outras substâncias como o café podem aumentar o nível de energia de quem está cansado, ou outras como a tília relaxam o nervosismo, a ponto de facilitar sua concentração.

Quando a capacidade de atenção torna nosso dia a dia difícil

Em mais de uma ocasião, podemos não ser capazes de manter a atenção ou investir recursos mentais suficientes para realmente nos concentrarmos em algo, há falta de concentração. Isso à primeira vista pode não parecer muito sério, especialmente se levarmos em conta que vivemos em uma sociedade em que as necessidades mais básicas de sobrevivência são geralmente atendidas, mas a verdade é que pode representar um grande problema e ser incapacitante para realizar uma ação com eficácia e eficiência. E pode ter repercussões em várias áreas.

Por exemplo, em nível acadêmico ou de trabalho, nossa capacidade de concentração permite-nos realizar as tarefas que nos são exigidas ou registrar adequadamente o que temos que fazer ou guardar na memória. Não ser capaz de nos concentrar adequadamente significará que precisaremos de muito mais tempo para realizar cada ação, ou mesmo que não poderemos fazer naquele momento. É algo que em algum momento já aconteceu com todos nós, mas que é muito comum pode gerar um desempenho ruim.

Em casos mais extremos em que o assunto não conseguia se concentrar por muito tempo, isso poderia gerar fracasso escolar, conflitos no trabalho ou em casos extremos demissão.

No nível pessoal, a falta de concentração também se traduz em pouca vontade de agir. Se quisermos fazer alguma coisa, mas perdemos o foco, acabamos ficando frustrados e deixando para outra hora.

Quando se trata de relações sociais, também pode criar algumas dificuldades. Se nos desconectarmos das conversas que estão tendo conosco (que em geral podem ser fáceis para o outro ver), a outra pessoa pode ter a impressão de que não queremos ou não estamos interessados ​​na interação, o que pode gerar desconforto e até conflito.

Mas também não é necessário ir ao extremo. Todos nós muitas vezes temos algum momento de falta de concentração e, embora seja vivido como algo negativo pela maioria, sob certas condições pode até ser adaptativo: basicamente nossa mente está nos informando que temos algo que nos preocupa mais naquele momento, ou que nossos recursos de atenção estão baixos naquele momento e precisamos descansar. O fato de ser disfuncional deve-se principalmente à necessidade de realização das ações em questão, podendo depender da situação.

Como melhorar sua capacidade de atenção?

  1. Faça exercícios físicos

Praticar esportes tem se revelado um dos melhores hábitos, pois é um fator protetor contra diversas doenças. Além disso, o exercício é um poderoso inimigo do estresse e até é útil para fortalecer o conhecimento e melhorar a nossa memória.

Em uma revisão sistemática publicada no Journal of Neurology, eles descobriram que um maior índice de atividade física está relacionado a menos comprometimento cognitivo, tanto em idosos com deficiência quanto em indivíduos normais.

Em relação à atenção, em estudo realizado na Universidade do Kansas, eles observaram que aumentar a capacidade cardiorrespiratória nos sujeitos também aumenta a capacidade de concentração. Apesar de não ser suficiente praticar esportes, teria um impacto positivo em nossas funções cognitivas.

  1. Elimine distrações

É importante que em seu local de trabalho ou estudo não haja muitos estímulos que possam distraí-lo. Recomenda-se que distrações, como um telefone celular, não estejam ao seu alcance. Uma boa solução pode ser desligá-lo ou colocá-lo no “modo avião” enquanto você executa uma tarefa específica.

Também não é aconselhável verificar de vez em quando a caixa de entrada do nosso e-mail ou o que acontece nas diferentes redes sociais. Para fazer isso, você pode restringir o uso desses elementos até que possa terminar a tarefa planejada.

No caso da música, pode funcionar como uma distração e um intensificador de atenção. Alguns tipos de música, como a clássica, foram identificados como facilitadores da atenção e concentração. Você pode encontrar várias listas de reprodução criadas para melhorar a concentração.

  1. Faça pausas regulares

As pessoas não conseguem focar nossa atenção por 8 horas por vez, é impossível, embora o tempo de desempenho ideal possa variar de uma pessoa para outra. O especialista em produtividade Ron Fiedeman recomenda 2 intervalos de 15 minutos durante o dia de trabalho.

Embora cada um tenha que ver quando precisa de uma pausa para “recarregar as baterias”. Esses intervalos permitem que seu cérebro se desconecte e podem, após o intervalo, aumentar o desempenho e a concentração.

A melhor maneira de fazer intervalos é programá-los em sua programação como mais uma tarefa. É importante levá-los a sério e não realizar nenhuma tarefa durante esses intervalos, nem mesmo checar seu e-mail. Aproveite para ir ao banheiro, tomar um café ou bater um papo com seus colegas.

Mas é importante não exceder o tempo de descanso, uma vez que pode ser contraproducente manter o desempenho ideal, adiar constantemente uma tarefa pouco apetitosa torna ainda menos se a adiarmos. Com o tempo, superestimamos suas características negativas e minimizamos as positivas.

  1. Mude as tarefas em função da monotonia

Às vezes, perdemos a atenção e o interesse no que estamos fazendo por causa da natureza monótona e repetitiva da tarefa. Por esse motivo, é aconselhável programar a jornada de trabalho intercalando as diferentes tarefas para não acabar realizando as tarefas automaticamente. Dessa forma não diminui o interesse e você pode melhorar sua atenção.

Quando prestamos atenção à mesma tarefa ou ao mesmo estímulo por muito tempo, ficamos entediados e o desempenho cai. Por este motivo, existem determinados trabalhos que são muito repetitivos em que o desempenho diminui ao longo do tempo, considerando como solução a rotação de cargos para realizar diferentes trabalhos.

  1. Durma bem

O sono é muito importante para o bom funcionamento do nosso cérebro, influenciando no desempenho de nossas tarefas durante o dia. A atenção pode ser afetada por uma noite de sono ruim ou sono de má qualidade.

A privação parcial do sono ou sono de má qualidade causa sonolência diurna e afeta o desempenho motor e cognitivo, incluindo o humor.

É importante levar em consideração o conceito de higiene do sono. Trata-se de otimizar a maneira como vamos dormir para adormecer e ter uma boa noite de sono. Por exemplo, usar a cama apenas para dormir e não para assistir televisão, não ir para a cama com o estômago vazio, praticar exercícios de relaxamento antes de ir para a cama, etc.

  1. Concentre sua atenção

Focar em uma tarefa e não fazer várias ao mesmo tempo é melhor para melhorar o desempenho. Programe as tarefas do dia, estimando o tempo que cada uma levará e tentando realizá-las.

Um bom hábito é que todos os dias, antes de iniciar o trabalho, você anote em um papel tudo o que precisa fazer e o tempo estimado para fazê-lo. Assim, mesmo que não siga o cronograma à risca, não inicie a próxima tarefa sem ter concluído a anterior, desta forma você pode melhorar sua atenção.

  1. Treine suas habilidades cognitivas

A atenção é uma das funções cognitivas que podem ser treinadas por meio de exercícios elaborados para esse fim. Podem ser realizados exercícios de atenção dividida, sustentada ou seletiva.

Por exemplo, tarefas simples como encontrar as 7 diferenças entre duas imagens, localizar uma determinada letra entre muitas letras, tentar atender a dois estímulos auditivos ao mesmo tempo, ou ler algarismos numéricos e tentar dizê-los na ordem inversa são boas tarefas de treinamento. Para melhorar sua atenção. Hoje também existem muitas ferramentas e aplicativos online para chamar a atenção.

Esse tipo de tarefa é usado na prevenção da deterioração cognitiva em pessoas idosas e pode ajudar a aumentar a reserva cognitiva e nos proteger de sofrer demências. O cérebro é o músculo mais importante do corpo e devemos cuidar dele e exercitá-lo.

“A atenção é um músculo e, como tal, pode ser exercitada e desenvolvida” – Daniel Goleman

DEIXE UMA RESPOSTA

Comentar
Seu nome