Funcionários dos Correios entram em greve por tempo indeterminado

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Em assembleias realizadas na última terça-feira (10), os trabalhadores da Agência Brasileira de Correios e Telégrafos decidiram entrar em estado de greve por tempo indeterminado. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios em Pernambuco, o Sintect, a assembleia realizada no Recife contou com a presença de aproximadamente 300 profissionais, que decidiram, por unanimidade, entrar em greve. Foram realizadas assembleias locais em todo país.

Entre as reivindicações da categoria, estão um reajuste salarial de 3,79%. Segundo Roberto Alexandre, diretor de comunicação do Sintect, o percentual pedido pela categoria não foi atendido pela empresa, que, inicialmente, havia oferecido um reajuste de 0,8%.

De acordo com o sindicato, as negociações, inicialmente mediadas pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), foram deixadas de lado na gestão do General Floriano Peixoto, que assumiu a presidência nacional dos Correios em junho. “A empresa não respeita os trabalhadores, depois de 3 meses negociando eles resolveram se retirar das negociações. Não dialogam mais”, afirmou o representante do sindicato, que também relata o corte de benefícios como o vale-alimentação.

Além dos reajustes salariais, os grevistas se posicionam contra a privatização dos Correios. Recentemente, a estatal foi incluída no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) em fase de estudos e pode passar a ser listada no Programa Nacional de Desestatização (PND). “Os Correios não existem para dar lucro, e sim para prestar serviços à população”, disse Roberto.

Desde 2011, não há concursos públicos, saem funcionários e não contratam ninguém. Um carteiro, hoje, faz o serviço de 2 ou 3 trabalhadores. Há trabalhadores terceirizados que dialogam conosco e nos dizem que não estão recebendo regularmente”, complementou.

Na manhã desta quarta-feira (11) funcionários dos Correios se mobilizaram no bairro do Bongi, Zona Oeste do Recife, em frente ao local de trabalho para chamar a atenção do Estado e da população. Os trabalhadores também são contra a retirada de familiares do plano de saúde e outros benefícios.

Nossa luta é contra a privatização da empresa. Desde junho que tentamos negociação, mas nada foi definido. Querem tirar o vale-alimentação e tirar nossos dependentes do plano de saúde, sem contar na falta de reajuste salarial que está abaixo da inflação”, contou Edson Siqueira, diretor executivo do Sintect.

Com a paralisação, todos os serviços operacionais dos Correios como entrega, postagens e distribuição estão suspensos em todos os postos. Segundo o sindicato, a paralisação deve durar até a retomada das negociações entre os trabalhadores e a estatal.

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