Inauguração de memorial marca centenário de Paulo Freire na Assembleia Legislativa de Pernambuco

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O centenário de Paulo Freire foi celebrado na Assembleia Legislativa de Pernambuco com a inauguração, nesta segunda, de um memorial em homenagem ao educador. A inauguração fez parte das atividades do Ano Educador Paulo Freire na Alepe. A placa é inspirada na estátua do homenageado criada pelo artista plástico Abelardo da Hora, que está localizada no campus da Universidade Federal de Pernambuco.

De acordo com a deputada Teresa Leitão, do PT, presidente da comissão organizadora das comemorações, o legado de Freire vai além da educação formal realizada dentro dos muros da escola. “É um legado para além da educação. O foco é a educação, a educação como espaço de emancipação. O pensamento freiriano não descarta  a escola como esse espaço de produção, mas ele entende a escola para além dos muros escolares, ele entende que a escola é libertadora, que a educação é emancipadora, portanto”.

Paulo Freire nasceu no Recife em 19 de setembro de 1921. Ele concluiu os primeiros estudos, se graduou na Faculdade de Direito do Recife e iniciou a carreira como professor antes de deixar a cidade. O pensador desenvolveu um método revolucionário de alfabetização de adultos. De acordo com o  processo de aprendizagem,  o avanço se dá a partir de palavras utilizadas no cotidiano dos homens e mulheres que desejam aprender a ler e escrever.

Na década de 1960, o método foi utilizado para embasar o Plano Nacional de Alfabetização. Na época, apenas os cidadãos alfabetizados tinham direito ao voto. Em 1964, com a ditadura militar, o plano foi cancelado e Paulo Freire foi preso e depois se tornou exilado político. Ele só retornou ao país em 1980. Autor de 40 livros, é uma das referências mais citadas em trabalhos acadêmicos sobre humanidades no mundo. Morreu em 1997, aos 76 anos, em São Paulo. Em 2012, recebeu da Presidência da República o título de Patrono da Educação Brasileira.

A representante do Conselho Estadual de Educação de Pernambuco, Maria Ieda Nogueira, disse que o método Paulo Freire é libertário e subversivo. “Quando Paulo Freire imagina e tem um sonho que se torna uma prática, que é o da alfabetização, estava exercendo naquela época, realmente, uma ação subversiva”.

Para a diretora pedagógica do Centro Paulo Freire, Maria Aparecida Melo, que também participou da instalação do memorial na Alepe, os jovens precisam entrar em contato com os ensinamentos freirianos. “Precisamos fazer com que o legado de Paulo Freire chegue, sobretudo, nas escolas para a juventude. Para que a juventude, que tem o potencial de transformação da nação, possa acordar e fazer, e tomar uma decisão, e a melhor escolha para um futuro decente”.

As comemorações do Ano Educador Paulo Freire na Alepe seguem com a realização do Seminário Estadual de Educação do Poder Legislativo, no mês de outubro.

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