Intolerância gera intolerância: Cabrobó vivencia conflito religioso

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Cabrobó presenciou através das redes sociais, um fato bastante conhecido se vindo do Oriente Médio, porém o fato aconteceu na Ilha de Assunção, quando índios Trukás em forma de protesto contra uma declaração do Pastor da Assembleia de Deus, derrubaram o início da construção de um templo da referida igreja.

O caso se deu após em um culto na Igreja, o Pastor em uma declaração infeliz zomba da religião do Povo Truká que ao tomar conhecimento da atitude desrespeitosa, une vários índios e em uma atitude também infeliz, derrubam o início da construção do templo da igreja.

O município de Cabrobó já presenciou vários conflitos, briga entre clãs familiares, polícia contra os índios, os índios e a retomada de suas terras, e hoje vemos um conflito religioso que é típico de países mulçumanos e governos autoritários.

A intolerância religiosa é um termo que descreve a atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar diferenças ou crenças religiosas de terceiros.

Taís Amorim de Andrade Piccinini ressalta que Falar sobre liberdade religiosa é sempre muito complexo, vez que entramos na esfera de intimidade de cada indivíduo; a fé interior de cada um, a crença que cada um tem é um sentimento particular e inatingível. Não há como impor a alguém crer ou não crer em algo. No máximo, pode-se obrigar alguém a praticar uma determinada religião, mas isso não necessariamente indica que a pessoa crê nisso.

Vivemos num país laico onde a liberdade religiosa impera. Isso significa que não temos que nos sujeitar a uma religião imposta pelo Estado, bem como temos o direito de praticar o culto, de acordo com nossa fé, e, ainda, termos esse nosso direito, protegido. É o que reza nossa CF, em seu artigo 5º, inciso VI: “VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.”

Mas, se ao Estado cabe proteger os direitos individuais e coletivos, ao indivíduo cabe a obrigação de respeitar tais direitos, por óbvio. Ora, o desrespeito ao direito à liberdade religiosa, sem dúvida, implica em uma infringência à ordem legal.

Vale ressaltar que a liberdade religiosa não é apenas um direito, mas um complexo de direitos que englobam além da liberdade de crença, o direito ao culto, à organização religiosa e o respeito à religião.

O artigo 208 do Código Penal Brasileiro diz que: “Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso.” Com uma pena de detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Fica nosso apelo de mais diálogo, respeito e paz!

Confira os vídeos:

11 COMENTÁRIOS

    • Poxa então quando aquele milagre que você pedir não vier, vamos falar que foi o Satanás cortando a energia de Jesus Cristo.

      Depois disso, vamos construir um altar budista bem no centro da sua sala sem te consultar se pode fazer isso.

      Vai chorar no inferno, crente

    • Triste episódio de intolerância religiosa os índios continuam agindo grotescamente como quem não vive em civilização, isso aumenta o ranço e o preconceito que existe contra os índios em todo o Brasil ,por causa de imbecis como esses .

  1. Os índios não deveriam ter derrubado a construção do templo? Não. Nada justifica esse ato. Dito isso, é inegável que a fala do pastor foi desrespeitosa e que uma parte das Igrejas Evangélicas ainda se dedica ao que eles chamam, assim como os conquistadores portugueses, de “evangelização dos povos indígenas”, o que é uma outra forma de dizer que as religiões indígenas estão erradas, que a Bíblia é a única verdade e que eles devem “ajudar” os índios a conhecer a verdade e deixar de lado seus costumes. Ou seja, são mais de 500 anos que os índios sofrem com essas tentativas de “evangelizar”. Em carta, o cacique indígena diz que a construção está dentro das terras indígenas e não em terreno particular. Se for isso mesmo, a coisa fica ainda mais complicada.

  2. Filipe, a sua escrita já mostra a intolerância. É triste a insistência que as igrejas evangélicas tem de querer aniquilar as outras religiões ( isso quando pescam nos aquários). É vergonhosa e preconceituosa a fala do pastor, e deveria ser processado portal ato.

  3. Estamos assistindo a novas roupagens de uma “evangelização” predatória que escondem antigas práticas de intolerância cultural, apropriação de terras e destruição de modos de vida. Agravadas pala exposição a riscos sanitarios de povos mais vulneraveis. No Brasil e no Nordeste em especial os povos indiginas herdaram uma herança de desigualdades de oportunidades sociais e economicas que fragilizaram a consolidação de seus territórios e seu empoderamento cultural.
    Não se pode levar (impor) o evangelho com a mera alegação de que a cultura do outro lhe impedio de conhece-lo, isso é intolerância, uma forma de imposição de juízos de valor. Não se pode mais aceitar essa postura de ditos cristãos protestantes “evangélicos”. Isso me faz pensar o que está verdadeiramente por trás destas investidas, “conversões” nas áreas indigenas?

  4. Nada mais justo. Há anos a igreja evangélica tem assediado os povos indígenas por todo o país. Religião não se impõe! Esses pastores deveriam se espelhar mais em Jesus e deixar de lado essa sanha de conquistar mais fiéis só para encherem o bolso de dinheiro.

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