Onda de violência provoca mais de 30 mortes na Bahia em dois dias

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A Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA) registrou pelo menos 32 mortes em Salvador e região metropolitana somente entre a madrugada de sexta-feira e a tarde deste sábado. A onda de violência atinge o Estado desde o início de uma greve de policiais militares, iniciada na última terça-feira (31). Exército, Marinha e Força Nacional foram enviados ao Estado para reforçar a segurança no local. Desde o início da paralisação, o número de homicídios contabilizados passa de 55, segundo a secretaria.
Neste sábado, três mortes foram confirmadas pelo órgão do governo do Estado. À 0h23, um corpo do sexo masculino, ainda não identificado, foi encontrado em uma plataforma na região da Praça São Braz. Ainda na madrugada, por volta da 1h, Evandro Dias Pereira, de 29 anos, foi encontrado em Lobato.
Pereira havia sofrido uma tentativa de homicídio na sexta-feira (3) e até chegou a ser encaminhado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A última morte confirmada pela secretaria é de João Carvalho Filho, de 47 anos. O corpo dele foi encontrado nesta manhã, por volta das 10h15, na avenida Antônio Carlos Magalhães. Ele sacava dinheiro em um caixa eletrônico instalado no estacionamento de um supermercado, quando foi surpreendido pelos ladrões, que roubaram sua arma e fugiram.
Além de mortos, há o registro de pelo menos 20 tentativas de homicídios somente na sexta-feira (3). Número de veículos subtraídos também assusta. Apenas na sexta-feira, 69 veículos foram furtados ou roubados em Salvador e região metropolitana.
A situação na Bahia levou o Planalto a enviar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, à capital baiana. Cardozo endossou a tese de que policiais podem estar por trás dos crimes e avisou que essas ocorrências serão tratadas como casos federais. “Todos os crimes cometidos nesse período são qualificados como crimes federais e serão tratados como tais. Seremos muito firmes no cumprimento do nosso dever”, disse Cardozo, em entrevista na Base Aérea de Salvador.
O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), reforçou: “Parte dos crimes pode ser parte da operação montada, da tentativa de criar um clima de desespero na população para fazer o governo sucumbir, uma tentativa de guerra psicológica, como ocorreu recentemente em outros Estados, como o Maranhão e o Ceará”
Wagner já havia feito um pronunciamento em rede estadual de rádio e TV nesta sexta-feira para falar sobre as providências que o governo adotou para conter os atos de violência que se espalharam pelo Estado depois da greve de policiais militares. Nesse caso, o governador afirmou que policiais utilizaram “métodos condeáveis” e “difundiram medo em meio à população”. 
Segundo Wagner, o governo agiu imediatamente “para conter as ações de um grupo de policiais que, usando métodos condenáveis e difundindo o medo na população, chegou a causar desordem em alguns pontos do nosso Estado”. O governador disse não aceitar que “um pequeno grupo, de forma irresponsável, cometa atos de desordem para assustar a população”.
O governo baiano informa que quase 3 mil homens do Exército e Força Nacional fazem o patrulhamento em áreas de grande circulação de pessoas, como estações de transbordo, pontos turísticos e terminais de passageiros de Salvador.
Com informações da Agência Estado

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