Quinze mil pessoas unidas pela continuidade das ações da ASA

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Cerca de 15 mil agricultores e agricultoras, segundo cálculo da PRF (Policia Rodoviária Federal), participaram  da caminhada realizada pela Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) entre as cidades de Juazeiro/BA e Petrolina/PE, na última terça-feira (20).
Os agricultores e agricultoras ocuparam a ponte que liga as duas cidades sertanejas para dizer ao Governo Federal que querem a continuidade da parceria do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) com a ASA, para a continuidade dos programas Um Milhão de Cisternas (P1MC) e Uma Terra e Duas Águas (P1+2). “É inadmissível que se corte a parceria com a ASA, não se pode aceitar que uma prática da qualidade dessa, que já construiu mais de 700 cisternas no Município, seja de uma hora pra outra desconsiderada pelo Governo Federal. Nós queremos dizer ao Governo que estamos na perspectiva de sermos chamados para reconstruir essa relação”, pontuou Antonio de Nestor, Presidente do STR Cabrobó.
 “É hora de transformar o que não dá mais/ Sozinho, isolado, ninguém é capaz/ Por isso vem/ Entra na roda com a gente, também/ Você é muito importante! Vem!”. O refrão da música conclamava os participantes que chegavam da caminhada de Juazeiro para participar do ato público em Petrolina e pedir pela continuidade da política de convivência com o Semiárido, desenvolvida pela ASA.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cabrobó, Antonio de Nestor, reforçou a importância da Articulação na construção não apenas das cisternas, mas de uma política pública de convivência com o Semiárido. “O STR de Cabrobó em parceria com ASA já entregou prontas, funcionando, 700 cisternas. Todas elas têm as fotos das pessoas, têm o lugar onde as cisternas estão, podem ser achadas a qualquer momento. São quase 1 mil famílias bebendo água de qualidade e que bebiam lama ou trocavam o seu voto por uma lata de água. Isso está acabando com o nosso trabalho. Nós não vendemos mais o nosso voto”, reforçou.
O agricultor sindicalista Adailton Paulo, da comunidade de Curralinho II, no município de Cabrobó, falou em nome dos agricultores e agricultoras presentes, pedindo pela permanência do Programa Um Milhão de Cisternas. “Esse programa não é um programa de construção de cisternas. É um programa de construção de cidadania! Ele não pode ir para as mãos de políticos para que nos tornemos novamente um curral eleitoral”, reiterou Carla Amando Delegada Sindical do STR de Cabrobó, defendendo que a execução das ações da ASA sem a participação da sociedade civil pode trazer de volta práticas de uso eleitoral das cisternas.
Além dos representantes da ASA e das delegações de agricultores, o ato contou com a presença de integrantes do Consea, da Contag, do MST, além do Bispo Emérito de Petrolina, Dom Paulo Cardoso, que representou a CNBB.
Cisternas de plástico
ato reforçou a   posição   da   ASA   contra   as
cisternas de plástico que já começaram a ser implantadas pelo Governo Federal. “A cisterna de plástico não emprega nossos pedreiros, não movimenta nosso comércio, não mexe com as comunidades. Ela é um pacote pronto de fora, que gera apenas lucros para as empresas. Quando ela tiver um problema, quem conserta? Quem corrige?”, indagou.
O coordenador pediu ainda que a sociedade civil seja incluída na construção de políticas públicas para o Semiárido. “Nós não admitimos ser excluídos, não admitimos a cisterna de plástico e queremos ser chamados pelo governo para um diálogo maduro onde encontremos soluções reais para os problemas que estamos enfrentando”, frisou Naidison.
Para o Secretário de Políticas Agrícolas e Agrárias do Str de Cabrobo Chico Ferreira, da comunidade da Boa esperança, a cisterna de placas trouxe muitas mudanças. “Minha cisterna significou muito. Mudou tudo que eu tenho hoje, as verduras e muita coisa que a gente tinha que comprar e hoje temos em casa. Nós queremos mais cisternas para as outras pessoas que não tem. E a cisterna de plástico não tem futuro. As águas ficam quentes e sem vida!”.
Já o agricultor Cícero Paulo, acredita que a cisterna de plástico não garante a qualidade da água que será consumida pelas famílias. “A gente não quer piscina”, a gente quer algo para guardar a nossa água. E a “gente quer a nossa água gostosa, não com resíduos de plástico”, concluiu.
Por: STR Cabrobó

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