Obras inacabadas já viraram parte da paisagem urbana e rural em diversas partes do município de Cabrobó, situado no sertão do São Francisco no estado de Pernambuco. O governo de Pernambuco é responsável direto por três dessas obras que teimam em não ter fim, sendo duas delas na área urbana, e quando estiverem prontas vão atender vários estudantes, já uma outra promessa para os produtores de arroz teve inicio há quase 14 anos e fica na zona rural.
Todas elas foram usadas como promessas de campanhas eleitorais, embora a promessa não seja cumprida, não consiste em crime. No entanto, tais obras paralisadas e sem nenhuma explicação, consiste em desperdício do dinheiro público, aí entra em ação o Ministério Público. Se as obras foram iniciadas é porque o dinheiro existia, alguém deve ser responsabilizado pela paralisação e que seja dada uma explicação.
Recentemente o deputado Lucas Ramos (PSB), mais precisamente no dia 30 de setembro comemorou o retorno das obras da ETE em Cabrobó. Segundo Lucas a retomada das obras civis, que não foi reiniciada coisa nenhuma, só foi possível após o mesmo conquistar R$ 1,2 milhão de recursos próprios do Estado junto às Secretarias de Planejamento e Gestão e da Fazenda. E mais R$ 4,8 milhões captados via convênio com o governo Federal para conclusão da primeira ETE do Sertão do São Francisco.
Ainda tem as obras de ampliação da Escola Municipal Evandro Ferreira, que por sinal recebeu a visita do então candidato a reeleição, governador Paulo Câmara. O Centro Tecnológico do Arroz iniciado em 2005 nunca foi terminado, já as obras da Escola Técnica Estadual e de ampliação da Evandro, para funcionar na modalidade de tempo integral, tiveram as obras paralisadas logo após a campanha e Paulo Câmara ser reeleito governador de Pernambuco e Lucas Ramos deputado estadual.
Relembrando fatos:
Até o ano de 2014 a prestação de serviços da Celpe era simplesmente lastimável, com interrupções constantes no fornecimento de energia elétrica. Matérias do Blog do Didi Galvão, atendendo apelo da população denunciando o descaso e desrespeito por parte da concessionária de energia elétrica, chamou a atenção do então Promotor de Justiça, Dr. Julio Cesar Cavalcanti Elihimas, que sensível ao pleito entrou com uma representação contra a empresa e pedido de solução imediata para o problema. A coragem e sensibilidade do representante do MPPE evitou que Cabrobó hoje sofresse com serias consequências.
As obras abandonadas causam tristeza à população, primeiro porque ali está sendo jogado fora o dinheiro público. Ainda que se estivesse pronta estaria servindo a todos, O Centro Tecnológico do Arroz daria aos produtores oportunidades para ampliar suas produções e com mais qualidade. A ETE ajudaria jovens a estudar sem precisar arriscar a vida nas estradas, já à de Ensino em Tempo Integral, seria uma boa para filhos e pais de comunidade. Portanto, a pergunta que se faz é uma só: O Ministério Público de Pernambuco vai acionar a justiça pra saber o porquê dessas obras paradas?