Vice-presidente da Comissão Especial de Acompanhamentos de Obras da Seca na Assembleia Legislativa, o deputado Rodrigo Novaes (PSD) encaminhará, nesta semana, um ofício aos parlamentares da Câmara Federal cobrando uma mobilização por mais recursos para a construção de barragens e perfuração de poços artesianos em municípios atingidos pela seca. Na última sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou a liberação de R$ 1,8 bilhão para 77 obras, e deste montante, o Estado receberá R$ 242 milhões, contemplando 14 cidades.
De acordo com o pessedista que tem base no Sertão, o repasse federal chegará em boa hora, mas é considerado baixo se comparado à proporção dos problemas causados pela estiagem. “Os projetos que vão ser desenvolvidos e implementados, a partir desse investimento, serão voltados para o abastecimento das cidades que foram anunciadas, como Caruaru, Águas Belas, Ouricuri. Mas a nossa preocupação se dá também com a população difusa, que está presente nos assentamentos, nas vilas, nos lugares mais remotos”, explicou Novaes.
Ele defende que para essas localidades a solução mais viável seria a perfuração de poços, um sistema de ligamento e abastecimento das moradias e a perenização dos riachos que correm na comunidade. “Para estas soluções pequenas, queremos fazer o apelo aos governos Estadual e Federal para que tenham atenção a essas comunidades da zona rural”, disse.
O líder da oposição na Alepe, o deputado Antônio Moraes (PSDB), cobrou que o Governo faça obras estruturadoras com efeitos a longo prazo, já que a seca não é um fênomeno novo. E pediu aos deputados que elaborassem emendas orçamentárias em conjunto. “Alguns amigos aqui, que repassaram dinheiro para a construção das Upinhas no Recife, também se proponham a destinar recursos para resolver os problemas da seca”, apelou. Betinho Gomes (PSDB) declarou que a medida tomada pela presidente Dilma foi apenas “um gesto para tentar tranqüilizar os governantes”, e que muito ainda precisar ser feito para o enfrentamento da seca.