Sífilis: redução de casos na população em geral pode ser reflexo da pandemia

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No Brasil, no terceiro sábado de outubro, celebra-se o Dia Nacional de Combate à Sífilis. Infecção Sexualmente Transmissível (IST) considerada um problema de saúde pública, a doença possui diagnóstico e tratamento gratuitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além de poder ser evitada a partir de relações sexuais com proteção, ou seja, com o uso de preservativo.

Em 2020, apenas os casos na população em geral (sífilis adquirida) totalizaram 4.676 ocorrências. Isso significa uma redução de 44,7% em relação ao ano de 2019 (8.468). Contudo, esse percentual sugere a queda na detecção devido ao isolamento provocado pela pandemia da Covid-19. Até o dia 9 de agosto deste ano, 3.529 casos de sífilis adquirida já foram detectados em Pernambuco.

Em 2020, as pessoas ficaram mais tempo em casa, evitando procurar os serviços de saúde, o que pode ter provocado essa redução na detecção dos casos. Estamos aproveitando o dia nacional para relembrar a importância de fazer o teste rápido para a infecção, que, se não tratada, pode agravar, além da possibilidade de transmitir para outras pessoas pelo sexo desprotegido. Estimulamos a testagem e a prevenção combinada, principalmente com o uso de preservativo, para o sucesso de uma relação sexual mais protegida“, afirma a gerente do Programa Estadual de IST/Aids/Hepatites virais, Camila Dantas. A gestora lembra que tanto o teste quanto a camisinha são disponibilizados gratuitamente pelo SUS.

OUTROS DADOS – Além da sífilis adquirida, também se faz o monitoramento dos casos que envolvem gestantes. Em 2019, 3.412 foram diagnosticadas com a doença. Em 2020 foram 3.427 e, até agosto deste ano, 2.003. “Além de testar a pessoa gestante, é importante que a parceria também seja testada. Em casos positivos, ambos precisam fazer a adesão ao tratamento para evitar reinfecção e consequente transmissão para o bebê. Destaco que a relação sexual durante a gestação não precisa ser evitada, apenas realizada de forma protegida.“, reforça Camila Dantas.

Em relação à sífilis congênita, quando a transmissão é da mãe para o bebê durante a gravidez ou parto, foram 1.672 casos em 2019, 1.704 em 2020 e 903 até o início de agosto deste ano. “Além da possibilidade de aborto espontâneo e de bebês nascidos mortos, a sífilis pode provocar sequelas irreversíveis na criança, como cegueira, surdez ou deficiência mental“, ratifica a gerente.

ATIVIDADES – Para levantar a discussão sobre a sífilis, o Programa Estadual de IST/Aids/Hepatites Virais da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) promoverá encontros on-line, de cunho educacional, voltados para profissionais de saúde, pelo youtube.com/TelessaudeSESPE.

O primeiro será nesta quinta-feira (14/10), das 15h às 16h30, sobre o “Manejo clínico da criança exposta à sífilis e da criança com sífilis congênita: diferenças no cuidado e rede de atenção”. A pediatra e infectologista Regina Coeli, que atua no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), será a palestrante.

Já no dia 26/10, também das 15h às 16h30, a discussão será sobre “Como a abordagem sobre sexualidade e gerenciamento de risco podem ser as principais estratégias no enfrentamento à sífilis pelos profissionais de saúde”. Quem ministrará será o médico infectologista Vinicius Vianney, que atua no Huoc e nos Serviço de Atenção Especializada em HIV/Aids (SAE) do Imip e de Olinda.

O QUE É – Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Apresenta diversas manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior. A transmissão é por meio da relação sexual desprotegida, da mãe para o bebê durante a gestação ou por transfusão de sangue contaminado.

Para diagnosticar a doença, é possível fazer um teste rápido. Em caso positivo, é colhida uma amostra de sangue para realização de teste laboratorial confirmatório. Tanto o diagnóstico quanto o tratamento são ofertados gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).

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