As dificuldades para formação de chapas de vereadores com mulheres nas eleições municipais de 2024

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Por: Afonso Lima

A formação de chapas de vereadores com o número mínimo de mulheres determinado na legislação eleitoral será um desafio para as eleições municipais deste ano. Esta é a avaliação de líderes partidários de Petrolina e também de outros municípios.

Segundo o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), nas eleições municipais de 2020, algumas chapas foram investigadas, e algumas sofreram cassação por fraudes na participação feminina, inclusive em Petrolina.

São situações que envolvem, por exemplo, candidatas inscritas sem conhecimento prévio das candidatas ou casos de mulheres que aceitam participar e disponibilizam seus nomes para os partidos em candidaturas simuladas e que, no fim das eleições, ficam com zero voto; ou seja, não têm nem o próprio voto. De acordo com a Justiça Eleitoral, na maioria dos casos, a fraude é cometida para cumprir a cota mínima de 30% de cada um dos gêneros.

Em 2020, os partidos conseguiram atingir a cota mínima e lançaram 33% de candidaturas femininas, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mas, para isso acontecer, utilizaram alguns artifícios, inclusive lançando menos candidatos homens do que o possível para diminuir a quantidade exigida de mulheres.

Dificuldades

Alguns líderes partidários chegaram a dizer que, nas três últimas eleições, incluindo a eleição municipal em Petrolina, alguns partidos não conseguiram montar chapas completas. E afirmam que tiveram que lançar menos candidatos porque não tínham mulheres suficientes.

Nessas eleições de 2024, o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, os líderes partidários dizem que a sigla aposta em um trabalho permanente de atração das mulheres, e a estratégia de utilizar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como rosto do partido tem sido eficiente para atrair o público feminino.

Alguns dizem que o PL vive um momento de euforia com a participação da mulher. A liderança da (ex-primeira-dama) Michelle Bolsonaro e a decisão do partido de priorizar a participação das mulheres, não apenas na eleição, fazem com que tenham muitas filiações. Eles dizem que ainda existe o desafio da motivação, mas que acreditam que conseguirão montar chapas completas e lançar também candidatas a prefeitas e vice-prefeitas.

Nas diversas reuniões que participei, e tambem nas conversas com as lideranças partidárias, pude observar que todos tem dificuldades em montar chapas com o número exigido de mulheres, que sejam competitivas.

Mas esse problema não é de agora, nas eleições de 202O em Petrolina, só 06 mulheres conseguiram ter vocação acima de 1.000 votos, totalizando 10.706 votos, onde a vereadora Maria Elena de Alencar obteve 3.268, seguida pela vereadora Lucinha Mota com 2.656 votos.

Mas foi no ano de 2008, que as mulheres reinaram na Câmara de Vereadores de Petrolina, quando elegeu 06 mulheres onde todas tiveram acima de 2.000 votos, totalizando 17.323 votos, e a mais votada foi a vereadora Maria Elena de Alencar, com 3.713 votos. Mas não parou por ai, de 2011 a 2012, a mesa diretora da Câmara de Vereadores, foi composta só por mulheres. Lembrando que naquela legislatura, eram apenas 14 vagas, e todos os eleitos tiveram acima de 2.000 votos.

Em nome do Grupo Conexão Política, desejo sorte a todos e a todas!

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