Banco do Nordeste debate uso de crédito e compartilhamento de tecnologia para aumentar produtividade no agronegócio

0

O apoio creditício de bancos de desenvolvimento e a aplicação de novos conhecimentos no campo devem integrar a estratégia adotada pelo Brasil para aumentar a produtividade do agronegócio. O tema foi discutido, nesta segunda-feira, 21, em São Paulo (SP), durante a sexta edição do seminário Agronegócio Sustentável, realizado pelo grupo Folha.

O presidente do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Câmara, a presidenta da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Silvia Massruhá, e o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), Humberto Miranda Oliveira, participaram da mesa “A produtividade no Nordeste”.

O papel do Banco do Nordeste como importante agente financiador da atividade rural em sua área de atuação (Nordeste, parte de Minas Gerais e Espírito Santo) foi destacado pelo presidente Paulo Câmara. “Nossa atuação no agronegócio é forte e crescente, com contribuição direta na geração de emprego e renda, bem como na melhoria da vida das famílias do campo. Fazemos quase 50% do crédito rural e agroindustrial de longo prazo da região e estamos focados no Plano safra 2023-2024”, afirma.

O executivo se refere à programação do Banco do Nordeste para contratar R$ 20 bilhões no âmbito do Plano Safra 2023/2024. A Instituição tem a meta de aplicar, até junho do próximo ano, os recursos divididos entre agricultura familiar (R$ 8,5 bilhões) e agricultura empresarial (R$ 11,5 bilhões). O total representa um aumento de 33% sobre os valores disponibilizados pelo Plano Safra 2022/2023 para o BNB.

Além de aumentar a oferta de crédito, o programa traz inovações para estimular as práticas sustentáveis. A mudança de maior destaque é a redução de até um ponto percentual nas taxas de juros do crédito se o produtor tiver o Cadastro Ambiental Rural (CAR) analisado e se adotar medidas com produção orgânica. Os tickets médios das operações do Pronaf passam de R$ 6 mil para R$ 10 mil (homens) e R$ 12 mil (mulheres), o que possibilitará mais investimentos nas unidades rurais de pequeno porte.

De acordo com Silvia Massruhá, presidente da Embrapa, o foco prioritário da instituição é ajudar a democratizar o acesso às novas tecnologias, especialmente para os pequenos e médios produtores. “Nesse aspecto, o Nordeste está incluído diretamente em nossa estratégia, pois 88% dos produtores rurais locais são de pequeno porte, e a Região também nos oferece uma série de ações de sucesso, a exemplo das áreas do Matopiba, Sealba e Vale do São Francisco, que já contribuem diretamente na melhoria do Agronegócio no Brasil”, destacou.

Para Humberto Miranda Oliveira, presidente da Faeb, o Nordeste ainda possui gargalos a serem resolvidos, como disseminação de tecnologias, investimento em educação e organização social dos produtores. “Na produtividade de milho, nós temos índices superiores à média nacional e chegamos a nove mil quilos por hectare. Mesmo com soja e algodão. No semiárido, os pequenos produtores de leite têm índices comparados a Nova Zelândia e Canadá. Precisamos fazer com que isso chegue a todos os produtores rurais”, afirma.

O encontro também promoveu debate sobre incentivos à preservação do meio ambiente estabelecidos no Plano Safra 2023/2024, como uso de biocombustíveis e medidas legais para benefício desse segmento econômico em bases sustentáveis, com participação da senadora Soraya Thronicke (Podemos – MS), governadores Eduardo Riedel (MS) e Mauro Mendes (MT), engenheiro agrícola Eduardo Assad e Giovana Araújo, sócia-líder de mercado para a agronegócio da KPMG.

DEIXE UMA RESPOSTA

Comentar
Seu nome