Um dia após a polêmica envolvendo o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico (PSDB), o governador Paulo Câmara (PSB) admitiu ter conversado pessoalmente com o titular da pasta e defendeu o trabalho do auxiliar a frente dela. Entretanto, durante entrevista à imprensa, na manhã desta quarta-feira (3), não chegou a comentar diretamente a declaração de Eurico de que fornece o seu número de celular aos presos, ratificando que os aparelhos transitam tranquilamente nos presídios.
“Sim, conversei. Pedro Eurico está fazendo seu trabalho, mostrou tudo aquilo que está sendo feito no sistema prisional, não é uma coisa fácil de se resolver. É um sistema complexo, que exige muito trabalho e dedicação, muita infraestrutura, e nós estamos construindo novas vagas para poder melhorar, e Pedro vai continuar fazendo seu trabalho. Trabalho de buscar cada vez mais que haja direitos humanos e condições e ressocialização dentro das nossas unidades prisionais”, afirmou o socialista, após participar da abertura do ano letivo da rede estadual, em Olinda.
O governador ainda foi questionado se o Estado trabalho para retirar os telefones dos presídios e chegou a admitir que existe uma falha “que precisa ser corrigida”.
“Celular não é permitido em presídio, bebida não é permitida em presídio e droga não é permitida. Nós apreendemos diariamente esse tipo de questão. Há uma falha que nós entendemos que precisa ser corrigida, tanto na área externa, com as pessoas que continuam a entrar com esse tipo de instrumento, como também a falha interna no próprio sistema que permite isso. Estamos fazendo um amplo trabalho e atuando muito para combater a entrada de celular, de drogas e bebidas”, afirmou.
De acordo com Câmara, o secretário Pedro Eurico está fazendo seu trabalho para evitar isso. O gestor socialista ainda declarou que nem o auxiliar nem o Estado vão esconder os fatos. “Vamos combater e buscaremos incansavelmente que não aconteça esse tipo de fato, mas ocorre. E, ocorrendo, devemos ver uma forma que não ocorra mais. Isso está sendo trabalhado no dia a dia. Foram mais de 4,5 mil celulares apreendidos. Muita droga e muita arma. E nós vamos continuar a apreender e evitar. Tanto que entre do lado externo, como também o sistema internamente, fruto, inclusive, de gente do próprio sistema. A gente vai punir quem continuar fazendo isso de maneira implacável”, garantiu.