O Nordeste e suas crias.
Escrito por: Aluizio Gomes (Lu Baia)
O Nordeste e suas crias.
Escrito por: Aluizio Gomes (Lu Baia)
Nascer, crescer e viver, nesse no nordeste escaldante
uma tarefa difícil, para um nobre viajante.
Ninguem divide o que tem, não por ser ignorante
mais por tão pouco conseguir, nesse cenário constante
trabalho tão pouco tem, e nos confins da labuta, sempre há uma disputa
Golias contra Davi, mais adivinha quem ganha
com essa pouca vergonha que só se ver por ai
quem pode mais chora menos, se a giganta o pequeno, mas nada vai conseguir.
Tamanho aqui é documento, não falo de estatura
alto baixo tanto faz, basta ter nome e grana.
Por isso fico na minha olhando a lua, as estrelas
esse sertão que beleza, por mais que a fome castigue
não falo da fome física e sim da miséria do homem
duzentos milhões que somos, nada podemos mudar?
Mais o nordestino é forte, tivemos até presidente
pena que tão de repente eu vi as coisas mudar.
Não pra melhor pra pior, mais vamos seguir a luta, nessa fome da disputa quem pode mais chora menos
Vou continuar dizendo, melhor olhar as estrelas
que é tão bonito de velas a gente esquece da fome
e da ganância do homem que só pensa em si mesmo
já disse o que eu quis dizer, pra muitos isso é conferte
vamos falar do nordeste, melhor pedaço do mundo
sofrer, chorar nem é tudo, mais pra hoje é o que temos
Sou nordestino de berço, posso até bater no peito
oh! Pensando bem, não posso
nem ser preto, pardo, idio liberdade só nos livros da tal constituição.
Pode até falar comigo, bem ou mal da minha pele
porque nasci no Nordeste, esse nordeste que eu chamo
meu refujo minha vida, olhe o céu que coisa linda
de novo o sol escaldante o que era verdejante
só tem poeira da terra, nordestino vei de guerra permanece no sertão.