Eduardo Campos defende política externa “sem preconceitos”

0

Eduardo Campos promete ser candidato mesmo contra Lula

No esforço por demarcar suas diferenças em relação ao pré-candidato à Presidência da República, Aécio Neves, o ex-governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB) afirmou ontem que é preciso ter “firmeza” para fazer uma política externa que não tenha “visão preconceituosa com quem quer que seja”. Mesmo que explanando sobre o tema de uma forma vaga ao ser questionado em coletiva de imprensa, em Porto Alegre, distanciou-se da visão do tucano, que em entrevista recente disse que o PT fez uma política externa “ideológica” e “anacrônica” danosa à economia brasileira.

“O Brasil tem um patrimônio extraordinário construído ao longo da sua história e também através da diplomacia que é ter as portas abertas em qualquer recanto do mundo. Nós não temos contenciosos com os nossos vizinhos, temos a possibilidade de ser ponte inclusive entre nações que disputam. Nós não devemos perder essa posição”, falou, sinalizando para uma boa avaliação da atual condução externa, que mantém acordos com países à extrema esquerda e comunistas, como Venezuela e Cuba, por exemplo.

Ao passo que Aécio disse que o Brasil precisa “fugir” desses acordos ideológicos, Eduardo Campos defendeu uma política que “aposta num mundo cada vez mais multipolar” e numa visão sem preconceitos. “Devemos ter firmeza para fazer uma política externa de Estado que aposta num mundo cada vez mais multipolar, que não tem visão preconceituosa com quem quer que seja, mas que defende os princípios que estão consignados na nossa constituição”, disse.

Com uma aliança costurada com o PPS e a Rede Sustentabilidade, da sua vice Marina Silva, o tema ainda não é consenso na coligação. Até mesmo dentro do PSB, há divergências na cúpula que defende dois caminhos: reforço à estratégia petista de focar nos acordos da America do Sul ou expandir a atuação, esta mais próxima da visão do PSDB, para acordos com a União Européia e Ásia.

Na entrevista, Eduardo ainda defendeu que o apoio ao PSB de figuras como Jarbas Vasconcelos (PE) e Pedro Simon (RS) estimula os peemedebistas a reencontrarem a sua linha histórica. Em sua justificativa, lembrou ainda que o PMDB já fazia nova política quando, décadas atrás, se uniu em torno de causas como a redemocratização, as Diretas Já e a anistia. Ele também citou o PMDB de Mato Grosso do Sul, onde vai se aliar ao pré-candidato peemedebista ao governo, Nelson Trad.

O pré-candidato passou o dia em compromissos no Rio Grande do Sul, onde visitou o Centro Público de Tratamento de Dependentes Químicos e o Hospital Santa Casa. Lá, ele vai apoiar o peemedebista José Ivo Sartori na disputa para o governo.

DEIXE UMA RESPOSTA

Comentar
Seu nome