EUA reagem a Assad e lançam mísseis contra base militar síria

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Em primeira incursão militar contra regime, Exército atinge local de onde acredita ter partido ataque químico que matou mais de 90 pessoas

Washington – Horas após o presidente Donald Trump admitir retaliar a Síria pelas ações do regime de Bashar al-Assad, dezenas de mísseis americanos foram lançados contra a base militar de onde teria partido o ataque químico que deixou ao menos 86 mortos na segunda-feira. O ataque é o primeiro feito pelos EUA contra alvos do regime sírio. Espera-se um pronunciamento de Trump sobre a ação após um briefing pelo secretário de Defesa, James Mattis.
Segundo altos funcionários, o Exército lançou ao menos 70 mísseis Tomahawk mirando um único destino — Ash Sha’irat, na província de Homs, de onde informações de Inteligência apontam que veio o ataque químico.

Esta é a ação militar mais dura do governo Trump. O governo de Barack Obama havia ameaçado rebater Assad militarmente após outros episódios de ataques químicos atribuídos ao regime, mas nunca concretizou as declarações.

Horas antes, a Rússia advertiu os Estados Unidos que pode ter “consequências negativas” se lançar uma ação militar contra a Síria, após uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.

“Se houver uma ação militar, toda a responsabilidade recairá sobre os que tiverem iniciado uma empreitada tão trágica e duvidosa”, declarou o embaixador russo na ONU, Vladimir Safronkov, na saída da reunião.

AÇÕES COGITADAS CONTRA ASSAD

Veículos da imprensa americana revelaram que Trump recebeu do Pentágono opções de ações, que incluem a inabilitação de aeronaves do regime através de mísseis — sem arriscar forças americanas.

— Acho que o que Assad fez é terrível. O que aconteceu na Síria foi uma desgraça para a Humanidade — afirmou Trump, que insinuou uma saída do ditador sírio. — Assad está ali, e acho que ele comanda as coisas, então algo deveria acontecer.

Seu secretário de Estado, Rex Tillerson, chegara a aceitar a permanência de Assad antes do ataque químico, mas mudou de rumo e disse que o país prevê uma “resposta apropriada às violações de todas as resoluções prévias da ONU, das normas internacionais”.

— O papel de Assad no futuro é incerto os atos que cometeu. Pareceria que ele não deve desempenhar qualquer papel para governar o povo sírio — afirmou Tillerson ao encontrar na Flórida o presidente chinês, Xi Jinping, que se reúne com Trump. — Apoiamos um processo político que conduza à saída de Assad.

Ofensivas da Síria a civis

Na guerra civil síria, o regime de Bashar al-Assad reitera que não realiza ataques químicos. Mas especialistas independentes denunciam o uso recorrente de gases letais como cloro e sarin contra áreas civis. Em Ghouta, um ataque com sarin em 2013 deixou entre 350 e 1.500 mortos, denunciaram organismos internacionais.

Fonte: O Globo

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