Famílias políticas no Brasil estão desgastadas, diz NYT

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Ontem (29) faltando dois dias para o início do recesso do Congresso Nacional, o agora ex-senador José Sarney (PMDB) se despediu da vida pública com um discurso no plenário do Senado. Na semana anterior, sua herdeira Roseana Sarney renunciou ao governo do Maranhão – estado dominado pelo grupo do ex-presidente durante 5 décadas.

Para o jornal americano The New York Times, o fim da era Sarney no Maranhão representa o declínio do “último dos grandes coronéis do Brasil” e pode sinalizar o desgaste de outras famílias que mantiveram seu domínio  na política nacional por décadas.

“Poderosas dinastias em outros lugares do Brasil estão mostrando sinais de desgaste”, afirma a publicação.

Exemplo disso, segundo o jornal, são as derrotas do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) e de Helder Barbalho (PMDB) nas disputas pelos governos da Paraíba e Pará, respectivamente. Ambos são filhos de ex-governadores Ronaldo Cunha Lima e de Jader Barbalho, que comandaram os respectivos estados. No entanto, este ano, o capital político familiar não foi suficiente para manter a família no poder.

Apesar disso, segundo a publicação, a presidente reeleita Dilma Rousseff ainda não tem muitas opções e, para manter a governabilidade, segue forjando “alianças com partidos de centro ou conservadores, governados pelos chefes políticos da velha escola”. No início da semana passada, a nomeação de Helder Barbalho para o Ministério da Pesca e Aquicultura é uma das várias comprovações para isso.

Ao mesmo tempo, a reportagem pondera que poderosas famílias políticas tendem a ser resilientes e podem se organizar para preparar um retorno a qualquer momento. Em Alagoas, Renan Filho, herdeiro do senador Renan Calheiros, conquistou no primeiro turno o governo do estado nas eleições deste ano.

Foi também no dia 5 de outubro deste ano, que Flávio Dino (PC do B) desbancou Edison Lobão Filho (PMDB), aliado de Sarney, e conquistou o governo do Maranhão encerrando um ciclo de 50 anos de domínio do ex-senador no estado. “Se o Maranhão pode mudar, então os oligarcas de toda parte podem ser coibidos neste país”, afirmou o advogado Rodrigo Lago em entrevista ao jornal.

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