‘Minha opinião como cidadão é que é uma decisão da mulher’, afirma Mourão sobre aborto

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O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que mulheres deveriam ter liberdade para decidirem sobre aborto. A declaração foi feita em entrevista ao jornal O Globo, realizada na quinta-feira (31) e publicada nesta sexta (1º). Mourão, que assumiu a presidência duas vezes em um mês de governo, não se esquivou de temas polêmicos e comentou a relação com o presidente Jair Bolsonaro.

Questionado sobre o tratamento que o governo deveria dar para “temas de gênero”, o general comentou “saúde pública” e emendou doenças sexualmente transmissíveis e  aborto – este último, tema que divide conservadores e liberais. “É algo que tem que ser bem discutido“, declarou. “Você tem aquele aborto onde a pessoa foi estuprada, ou a pessoa não tem condições de manter aquele filho. Então talvez aí a mulher teria que ter a liberdade de chegar e dizer ‘preciso fazer um aborto’.

Para Hamilton Mourão, a decisão cabe à mulher. “Minha opinião como cidadão, não como membro do governo, é de que se trata de uma decisão da pessoa“, disse. Mas concordou, enquanto governista, que as possibilidades poderiam ser ampliadas. O vice-presidente foi questionado ainda sobre a possível mudança da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Enquanto esteve como presidente em exercício, recebeu embaixadores no Palácio do Planalto.

Isso não foi colocado na mesa“, adiantou. “Nisso aí, quando tiver que ser tomada uma decisão, tem que juntar um comitê que trate de assuntos internacionais. (…) Não pode ser a decisão do ‘eu quero’. O Brasil desde 1947 reconhece a existência de dois estados lá na região: palestinos e judeus. Jerusalém é a capital das três religiões monoteístas do mundo, é uma encruzilhada do mundo. Então você tem manter a capital em Tel Aviv ou trocar para Jerusalém.

Hierarquia
Militar há 46 anos, o general e atual vice-presidente da República, Hamilton Mourão demonstrou sobriedade na entrevista. Questionado sobre sua participação no governo disse que “pela minha vivência posso cooperar para baixar tensões” e afirmou que o presidente Jair Bolsonaro sinalizou sobre a produção de um projeto de lei complementar que melhor estabeleça as atribuições do cargo de vice.

Na minha visão, o vice-presidente é uma pessoa permanente no governo. Ele só sai se ele pedir para sair. Os ministros poderão ser trocados eventualmente“, comenta. “Talvez seja mais fácil para mim, como vice-presidente, coordenar dois, três ministros em determinados assuntos específicos, do que um outro ministro fazer essa coordenação, até porque eles estão todos no mesmo nível hierárquico.

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