Pesquisa financiada pela Facepe descobre substância que inibe Zika vírus

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Uma nova descoberta de cientistas da Fundação Oswaldo Cruz de Pernambuco (Fiocruz-PE), financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe), revelou uma substância com capacidade de bloquear a produção do Zika vírus em células epiteliais e neurais.

A investigação da substância começou há um ano e contou com investimentos de R$ 153 mil da Facepe (entre despesas de custeio e bolsas para estudantes envolvidos no projeto). A pesquisa foi contemplada no edital 004/2016 de apoio emergencial para estudo do Zika vírus, dentro do âmbito de estudos e pesquisas para políticas públicas estaduais da Fundação. O edital teve valor global de R$ 3 milhões, com recursos da Secretaria Estadual de Saúde (R$ 2 milhões) e da Facepe (R$ 1 milhão), contemplando 21 pesquisas em diversos estágios de desenvolvimentos.

O presidente da Facepe, Abraham Sicsú, destacou o esforço do Governo do Estado em manter o orçamento da Fundação direcionado ao desenvolvimento de pesquisas com temas prioritários para Pernambuco. “A maior incidência de casos da microcefalia ocorreu em Pernambuco e foi aqui também que as primeiras pesquisas já apontaram a relação com o Zika. Isso mostra o nível de comprometimento e preparo de nossos pesquisadores. A Facepe, em parceria com a Secretaria de Saúde, em rápida resposta ao cenário, destinou recursos necessários para ajudar nessas pesquisas”, explicou, acrescentando que estamos presenciando pesquisas com resultados concretos e que vão contribuir, no futuro, para o controle desses casos de microcefalia.

O edital teve como objetivo apoiar atividades de pesquisa científica, para concessão de apoio financeiro a projetos que visam o desenvolvimento de evidências científicas, que permitam o diagnóstico rápido e eficaz do Vírus Zika (ZIKAV) em pessoas, assim como a relação do vetor com os achados clínicos das crianças nascidas com microcefalia, o diagnóstico e a validação, a competência do vetor e plataformas inteligentes para monitoramento e integração das informações.

A substância 6-metilmercaptopurina ribosídica (6MMPr) foi testada em laboratório e mostrou-se eficaz em 99% das análises no Departamento de Virologia e Terapia Experimental da Fiocruz Pernambuco. O composto 6MMPr é menos tóxico para as células neurais, o que beneficia os tratamentos de infecções no sistema nervoso.

O próximo passo da pesquisa é avaliar as reações em organismo vivo, mas ainda serão necessários anos de estudo antes que o 6MMPr possa ser transformado em medicamento e produzido em grande escala. O estudo foi publicado na Revista Internacional de Agentes Antimicrobianos (International Journal of Antimicrobial Agents).

A descoberta – Os pesquisadores da FIOCRUZ trabalharam com 6MMPr em outro estudo para combater o vírus que causa cinomose canina, uma doença de cachorro provocada por um vírus de RNA, assim como o vírus Zika. Foi ai que surgiu a hipótese de que também funcionaria contra a Zika.

Os testes foram realizados em células epiteliais e neurais de macacos e humanos. Para cada mil vírus, 996 foram eliminados com o 6MMPr, que equivale a mais de 99%. Também descobriu-se que quanto maior a dose, maior a sua eficiência e, quanto mais cedo a substância começa a funcionar, maior será o seu sucesso.

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