Distrito Sanitário Indígena – DSEI em parceria com Prefeitura de Cabrobó realiza pesquisa de Triatomíneos na área Indígena Truká

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A prefeitura de Cabrobó através da Secretaria Municipal de Saúde, recebeu essa semana uma equipe com 4 Agentes de Controle de Endemias do Distrito Sanitário Indígena- DSEI, liderada por Claúdio Ferreira, guarda de endemias, para pesquisa de triatomíneos (barbeiro).

“O município apoia as ações para Controle da doença de Chagas na área indígena e pretende intensificar ainda mais para melhorar a qualidade de saúde não apenas da população indígena, mas de todos cabroboenses” – disse Clodovaldo Gomes de Carvalho, Secretário Municipal de Saúde de Cabrobó.

“É necessário ir in loco e conhecer de perto os determinantes sociais de saúde da comunidade para prover meios de intervir e propiciar um meio seguro para saúde, conhecer as necessidades e realizar educação em saúde! O que certamente, é a principal ferramenta aliada a pesquisa para o controle de triatomíneos. Deixar a população informada e ciente que as alterações ambientais favorecem a chegada dos barbeiros nos domicílios e que somos responsáveis em cuidar e informar quando souber da presença do mesmo. A presença da equipe dos agentes de endemias do DSEI soma, enriquece o trabalho e fortalece as ações! O Polo indígena do município já mantem uma comunicação articulada com secretaria, mas considero relevante a continuidade das ações em parceria com o DSEI.” – Comentou Jeane Fonsêca Cavalcanti Nunes, Enfermeira Sanitarista Coordenadora de Vigilância em Saúde.

A ação faz parte das ações de Vigilância e Controle da Doença de Chagas. O| objetivo da pesquisa é realizar uma busca em localidades específicas para capturar triatomíneos (barbeiros|), encaminhá-los para análise laboratorial e verificar se estão infectados com o agente transmissor da doença de Chagas, o Trypanosoma cruzi e assim identificar a circulação desse agente na área indígena para que demais ações de combate sejam realizadas.

O trabalho de Controle vetorial é realizado rotineiramente pelo o Agente Indígena de Combate a endemias, Paulo Sérgio dos Santos Barros, e o envio do triatomíneo (barbeiro) é feito através da secretaria de saúde (setor de endemias). A área indígena apresenta um número considerável de triatomíneos capturados nos últimos 3 anos. Mas devido a necessidade de se investigar mais a área, o município precisou de apoio para uma pesquisa mais criteriosa da área, já que algumas localidades foram confirmadas com barbeiros infectados.

“O nosso trabalho tem como objetivo promover ações de endemias as comunidades indígenas, visando a promoção e prevenção da saúde dos povos indígenas de maneira participativa e diferenciada, respeitando as especificidades epidemiológicas e socioculturais desses povos. O território indígena Truká é uma área endêmica para alguns agravos como: hanseníase, Chagas e Leishmaniose. O DSEI-PE justamente com a Secretaria Municipal de Saúde, vem trabalhando em parceria para combater esses agravos no território indígena de Truká no município de Cabrobó.” – falou Rodrigo César Silva Pontes Pereira, Referência Técnica de doenças em eliminação – Núcleo 5.

“A saúde indígena em parceria com a secretaria de saúde do município de Cabrobó teve um significativo avanço para os triatomíneos. Onde hoje com a presença do profissional, agente de endemias, em território indígena podemos fazer junto com todos os profissionais de saúde a captura correta dos barbeiros. A secretaria tem nos dado o apoio principalmente quando nas residências indígenas é detectado barbeiro positivo, providenciando o envio desses triatomíneos a regional em tempo hábil e a devolutiva dos resultados dos exames laboratoriais dos triatomíneos como também dos exames que foram necessários serem coletados seguindo o protocolo. Tem sido realizada nas escolas indígenas, educação em saúde sobre o tema juntamente com profissionais da secretaria de saúde, desenvolvendo ações de prevenção.” – Isabela Lavor: Isabella de Lavor Siqueira, Coordenadora Administrativa e Enfermeira de Polo – TRUKÁ Cabrobó/PE.

Os agentes do DSEI chegaram ao município dia 18/08/2019 para realizar pesquisa até dia 23/08/2019. A ação foi uma parceria do município através da secretaria de saúde com o Distrito Sanitário   – DSEI, os quais se articularam para cumprir as ações preconizadas pela vigilância da doença de Chagas.

O DSEI enviou seus agentes que foram recebidos pelo secretário de Saúde Clodovaldo Gomes de Carvalho e a Coordenadora de Vigilância em Saúde, Jeane Fonsêca Cavalcanti Nunes. O agente de Controle de Endemias do município, Elinízio Ferreira,esteve junto apoiando as atividades em campo, o mesmo ver ação como importante para a troca de conhecimento em campo.  A técnica de Vigilância em Saúde Cássia Regina (Ninha) e o motorista da Vigilância em Saúde, Josué Gonçalves esteve como apoio na secretaria.Os triatomíneos capturados e as larvas coletadas serão envidas para análise, Tinanam, coordenador dos transportes, viabiliza o translado desses para Petrolina.

A equipe unida foi em campo durante toda semana e além da captura dos triatomíneos, fez orientações para a população indígena sobre a doença de chagas e as medidas preventivas para combate do vetor. A população muito atenta agradecia pelas informações e deixavam evidente o desejo de querer saber mais.

Durante as visitas nos domicílios, os agentes ainda fizeram orientações sobre arboviroses e realizaram coletas de larvas encontradas em recipientes, no peridomicilio.

“A pesquisa foi um sucesso! Houve captura de triatomíneos e conscientização ao povo, a comunidade em si, elas tiveram um bom desempenho por conta que elas viram a realidade e também porque elas se preocuparam mais. Na distribuição de panfletos, foi muito bom! Porque eles iam ter a consciência de quer tem que se prevenir, enviar o barbeiro. E principalmente quando foi distribuído os panfletos! Muitas pessoas, quando a gente passava voltando, as pessoas estavam lendo, olhando ali a colocação de captura. Para mim foi um sucesso! Na Caatinguinha, Alto do Gavião, esse eu já me coloco que foi mais ainda importante porque nos deparamos com pessoas que disseram que não tinham o barbeiro lá, que é o triatomíneo…. Diziam: Não, não! Aqui não tem! E de repente localizamos o barbeiro da pessoa que disse que não tinha!Outro ponto é que o município está de parabéns que deu um apoio muito bom, tanto para a equipe que veio do Recife e como também…eu achei nota 10! A presença de Jeane, coordenadora, junto da equipe, principalmente ali no lugar, onde deu foco maior que foi Alto do Gavião, a presença de Elinízio, foi muito boa!Certo! E aí tem Jeane falando com as pessoas, nota 10! Muitos não esperavam que tivesse esse grande apoio do município com o DSEI através da secretaria de saúde. O município está de parabéns!”  – Paulo Sérgio, Agente da área indígena no município.

“O trabalho tem uma importância fundamental na prevenção da doença, porque mesmo a comunidade achando que faz a limpeza da casa periódica a pessoa não tem o olhar crítico para encontrar o inseto. A casa de uma senhora…. Estava vasculhada, chão limpo, móveis limpos e o inseto estava no colchão, inclusive bem gordinho. Até eu fiquei pensando na própria casa, quando foi que eu levantei o colchão, afastei guarda roupa…E a visita não foi só para encontrar o inseto. Houve a parte educativa também!” – Marnete Conceição Silva, Tecnóloga em Gestão Ambiental e Coordenadora do Núcleo de Promoção da Saúde  e Prevenção das Violências.

“O trabalho realizado em parceria entre o DSEI-PE e SMS de Cabrobó. Foi de grande importância para a comunidade indígena truká, fazendo com que as atividades desenvolvidas permaneçam sempre em vigilância, no controle de qualquer tipo de doenças endêmicas existentes nessa localidade. A equipe de endemias do DSEI- PE fica grato pelo apoio recebido da SMS desse município. Acreditando que juntos somos mais fortes e que trabalhar em parceria todos chegam a um denominador positivo para seus munícipes.” – Claúdio Ferreira, guarda de endemias, liderança dos agentes do DSEI.

A doença de Chagas é uma infecção parasitária, causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi, transmitida por insetos triatomíneos, conhecidos no Brasil como “barbeiros”, “chupança”, “fincão”, “bicudo”, “chupão” ou “procotó”. As formas habituais de transmissão para o homem são: a vetorial, a transfusional, a transplacentária (congênita) e mais recentemente, a transmissão pela via oral, pela ingestão de alimentos contaminados pelo T. cruzi.

A doença apresenta uma fase aguda que pode ser identificada ou não (doença de Chagas aguda – DCA), que se não diagnosticada e tratada, tende a evoluir para as formas crônicas. As manifestações genéricas da fase aguda da doença são: febre prolongada que podem persistir por 12 semanas, fraqueza intensa (prostração), diarreia, dor de cabeça (cefaléia), vômitos, falta de apetite (inapetência), dor no corpo (mialgia), tosse, dispnéia, palpitações e outros.

A prevenção consiste em evitar a construção de casas próximas às matas; não permitir a construção dos abrigos de animais próximos às casas; não permitir buracos, frestas nas paredes e nos forros de telhados; limpar por trás dos quadros, calendários e por baixo dos colchões; não permitir amontoados de madeiras, telhas, pedras no quintal e impedir que as cercas encostem-se às paredes.

As Ações de Controle vetorial do Programa da Doença de Chagas, pesquisa entomológica (captura de triatomíneos nas unidades domiciliares) e o controle químico (borrifação com inseticida) nas casas positivas com a presença de barbeiro. Os triatomíneos capturados nos municípios são encaminhados aos Laboratórios Regionais, a fim de serem identificados e examinados para a presença de Trypanosoma cruzi, protozoário causador da doença. Quando a análise identifica o triatomíneo infectado outras ações serão desencadeadas e organizadas.

Assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde de Cabrobó

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