O Presídio Juiz Antonio Luiz Lins de Barros aposta na música como forma de interação e valorização da autoestima.
Um projeto de música está quebrando a rotina de detentos do Presídio Juiz Antonio Luiz Lins de Barros (Pjallb), no Complexo do Curado. A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, por meio da Executiva de Ressocialização (Seres), implantou o Projeto de Iniciação Musical, há três meses, composto por 25 pessoas privadas de liberdade (PPLs). Com violão, guitarra, teclado e bateria, as aulas ocorrem nas quartas e sextas-feiras, para três turmas. O objetivo da ação é promover a interação e valorizar a autoestima dos presos.
Atualmente o grupo se prepara para sua primeira apresentação, marcada para o dia 19 de novembro, aos integrantes da Caravana Seres que visitarão o Pjallb. O repertório é composto do gênero gospel, além de músicas natalinas oportunas à época. A psicóloga e coordenadora do projeto, Ruth de Souza, conta como tudo começou. “Havia uma cobrança por parte de algumas PPLs para que implantássemos algo voltado para a música, já que existem outros projetos como o da capoeira. Nos mobilizamos quanto à estrutura e vemos que a ideia é muito boa, pois atinge, de forma positiva, a autoestima e a sensibilidade das PPLs”. Ela informa que haverá vagas para as aulas à noite destinadas aos detentos que trabalham. Faz parte da coordenação também a assistente social Sílvia Regina.
“Significa libertar a alma através da música, aprender violão e teclado é expressar sentimentos tocando e cantando. Eu gostaria de cantar para todos aqueles que acreditaram em mim”. É com essas palavras que o detento Luis Alberto Pessoa da Silva, 48 anos, há oito no Pjallb, define o significado do projeto. O reeducando Ikaro Alves da Silva, 27 anos, já sabe até para quem vai cantar quando estiver afinado. “Quero cantar Roberto Carlos para minha avó”, planeja.
Foto: Divulgação/Seres