As eleições de 2018 em Pernambuco já têm fatos suficientes para ser diferente de todas as anteriores: primeiro pela formação de uma ampla frente de oposição ao governo de Paulo Câmara; segundo pelo surgimento e com força do nome de uma mulher, que se a candidatura dela for levada adiante poderá quebrar a hegemonia masculina no assento nº 1 do Palácio do Campo das Princesas; terceiro, porque pela primeira vez a eleição vai ser disputa por possíveis candidatos que já estiveram juntos em campanhas anteriores, ou seja, eles se conhecem muito bem e isso vai facilitar para a vida do eleitor na hora de fazer a escolha; quarto, o fato de todos já se conhecem vão se concentrar em debater os reais problemas do estado, lembrando que são muitos e o eleitor está atento.
Os prováveis candidatados:
Paulo Câmara é naturalmente o candidato do PSB e do governo, uma vez que pela legislação eleitoral tem o direito de disputar a reeleição. Eleito em 2014 com apoio de uma gigantesca frente inicialmente liderada por Eduardo Campos, foi perdendo força e hoje se vê forçado a mendigar o apoio do PT. Paulo Câmara ainda vai ter que dar explicações a população de Pernambuco, como onde falhou a ponto de permitir que o numero de homicídios chegasse ao ponto de colocar o estado como um dos mais violentos do Brasil. sem falar que não cumpriu muitas das promessas feitas na campanha de 2014, como construção de hospitais e de estradas.
Armando Monteiro Neto é do PTB e foi eleito senador da República em 2010 contando com o apoio do então governador Eduardo Campos, em 2014 resolveu romper o grupo de Campos e partiu para o enfrentamento. Até a morte de Eduardo Campos estava liderando todas as pesquisas e muitos já davam como certo sua vitória, da morte de Campos em diante a coisa se inverteu e Monteiro perdeu a eleição para Câmara com uma diferença de 1 milhão e 600 mil votos. Armando aparece como possível candidato, no entanto seu jeito fechado não atrai aliados, para muitos se o grupo o qual Armando faz parte não tivesse ganhado os reforços de Fernando Bezerra, Mendonça Filho e Bruno Araújo, Armando não teria como se quer formar palanque para 2018.
Mendonça Filho foi o deputado autor da Emenda Constitucional que permitiu a reeleição, ficou conhecido nacionalmente assim como o ex-deputado Dantes de Oliveira por conta da Emenda para as Diretas Já. Foi vice-governador de Jarbas Vasconcelos assumindo o governo no inicio do ano de 2006, foi candidato à reeleição e perdeu no segundo turno para Eduardo Campos. Como ministro da educação implantou mudanças e já é visto como um dos melhores ministros que o País já teve, por essa razão seu nome é alçado a condição de possível candidato ao governo de Pernambuco e ainda de possível candidato a vice-presidente da república na chapa do PSDB.
Fernando Bezerra Coelho foi eleito senador em 2014 com 64% dos votos válidos apurados, começou a carreira política em 1982 sendo eleito deputado estadual. O senador sertanejo tem um invejável currículo e vai usar esse potencial para se garantir na disputa pelo governo, além do mandato de deputado estadual, já foi secretário da casa civil do governo de Roberto Magalhães, duas vezes deputado federal sendo um dos constituintes, três vezes prefeito de Petrolina, ainda foi secretário de agricultura do governo de Miguel Arraes e secretário de desenvolvimento econômico do governo de Eduardo Campos, também foi ministro da integração nacional do governo da presidente Dilma. FBC luta pelo controle estadual do MDB, se conseguir continua sendo um dos nomes da frente, se não conseguir vai ter que adiar o antigo sonho de disputar o governo do estado.
Marília Arraes está no segundo mandato de vereadora do Recife, neta do ex-governador Miguel Arraes e prima do ex-governador Eduardo Campos. Em 2014 surpreendeu a todos quando resolveu romper com o primo Eduardo Campos por não concordar com a candidatura de Paulo Câmara, ficou com Dilma e Armando e ganhou o respeito dos pernambucanos pela postura e coragem. Hoje Marília Arraes é um dos principais nomes na pré-disputa pelo governo de Pernambuco, aparece bem nas pesquisas eleitorais e vem ganhando novos admiradores a cada momento. No entanto, Marília tem em seu desfavor o próprio PT. Ou melhor, alguns que preferem o partido a reboque. Portanto, Marília vencendo a disputa interna do partido, vai para a disputa pelo governo de Pernambuco como uma potencial candidata.