Discursos comentaram notícias atribuindo ao parlamentar, liberado da prisão preventiva sexta-feira, a declaração de que, se cassado, levaria consigo “metade do Senado”
Senadores reagiram ontem a uma declaração polêmica atribuída a Delcídio do Amaral (PT-MS) pela imprensa. Jornais noticiaram que o parlamentar — liberado da prisão preventiva na semana passada — disse a interlocutores que “leva metade do Senado” consigo caso tenha o mandato cassado por quebra de decoro parlamentar. Em Plenário, senadores pediram que Delcídio desminta a declaração ou divulgue os nomes dos que pretende denunciar. — Fazendo isso, ele estará contribuindo muito para o Brasil.
O que não pode é que todos fiquem suspeitos — disse Telmário Mota (PDT-RR). Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) observou que, caso Delcídio desminta a declaração, os jornais devem publicar a correção com o mesmo destaque dedicado à manchete. — Não admito ser colocada sob suspeição. Essa não é uma notícia qualquer. Quero crer que ele não tenha dito isso, mas ele precisa procurar a imprensa. Se não, fica parecendo que o Senado é composto de reféns. Para Ana Amélia (PP-RS), a declaração pode fazer parte de uma manobra para pressionar o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, que julgará representação contra Delcídio. — Se for apenas uma ameaça para tentar intimidar, é uma situação grave e inusitada. O que vale é a instituição e é por ela que devemos zelar. É preciso dar nome aos bois — afirmou.
Cristovam Buarque (PDT-DF) solicitou esclarecimentos para que o Senado não fique sob suspeita. — Primeira coisa é saber: a notícia é confirmada ou não? Depende do senador. Se não confirmar, fica como uma matéria do jornal. Se confirmar, que ele diga quais são os 50%. Da mesma forma, Acir Gurgacz (PDT-RO) cobrou explicações. — Quero crer que é mais uma notícia, e não uma afirmação. Se a notícia se confirmar, é preciso que se dê nome a esses senadores. A assessoria de Delcídio do Amaral afirmou que ele não discursará em Plenário hoje.