Tradicional corrida de jumentos, “Jecana” promove a preservação do animal

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Uma mistura de jegue com gincana. Este foi o ponto de partida para a criação da Jecana Oficial do Brasil, um evento criado pelo radialista Carlos Augusto e que já tornou-se tradicional completando o seu 44º ano. A Jecana tem o objetivo de preservar a vida do animal tipicamente nordestino, que já esteve ameaçado de extinção. O festejo acontece no Povoado do Capim, na Zona Rural, há 30 quilômetros de Petrolina, Sertão pernambucano, e antecede o São João.

Cerca de 40 jumentos foram inscritos para participar da competição. A maioria dos “jéckeys”, como os corredores de jumentos são conhecidos, é formada por crianças e adolescentes, para colocar o mínimo de peso no animal. Cada bicho é ornamentado ao estilo do dono e é apresentado ao público com muita criatividade.

Os animais chegam de cidades de estados como Pernambuco e Paraíba. Kaic Gomes Coelho, de 12 anos de idade, já é o terceiro ano que participa da Jecana. Em 2014 ele ficou na segunda colocação da corrida de jumentos. “É um esporte que eu gosto”, disse o garoto. O menino ficou atrás do bicampeão, Igor Nunes Rodrigues, também de 12 anos, que corre na jumenta chamada “zebrinha”. O vencedor do último ano aposta em um truque para conseguir ficar na frente. “Eu fecho os outros jumentos”, disse.

Este é o primeiro ano que a festa acontece sem a presença do idealizador, falecido há cerca de dois meses. Por este motivo, no “Desfile do Jegue Fashion” as homenagens foram dirigidas ao precursor da cultura nordestina. Ao som de aboios dos vaqueiros, crianças vestidas a caráter montavam em cavalos de pau. O dia foi dedicado  especialmente ao jumento, um animal forte, uma das marcas do homem sertanejo.

A organização da Jecana deste ano ficou sob a responsabilidade da família de Carlos Augusto. A filha, Maíra Mousinho, explica que a festa começou por causa da preservação do animal. “Meu pai pegou a parte cômica do animal e criou  este evento. Carlos augusto tinha a Jecana como a filha mais velha”, contou. O irmão do idealizador, Franklin Delano, lembrou de quando falava-se que o jumento iria acabar e da luta de seu irmão para a continuação da espécie. “A conscientização de preservação do animal é uma vitória”, destacou.

A viúva de Carlos Augusto, Francisca Mousinho, lembra que o valor dos jumentos é alto, mas que o bicho não tem a devida importância. “Um animal desse é caríssimo, os criadores devem ter um maior carinho. Já foram acabados os frigoríficos, mas já tem jumento demais soltos nas estradas”, enfatizou.

G1 Petrolina

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