Universitário de 23 anos, filho de ex-prefeito, se apresenta como pré-candidato a prefeito de Santa Maria da Boa Vista

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Estudante do 8ᵒ período do curso de Medicina, Luiz Pedro Gomes, 23 anos, se colocou como um dos nomes da oposição para tentar conquistar a Prefeitura de Santa Maria da Boa Vista na eleição de 2020. Filho do ex-prefeito Jetro Gomes e sobrinho de Xisto Graciliano, outro ex-prefeito, Luiz é membro de uma família de tradição política na região. Nesta entrevista cedida ao nosso blog, ele fala sobre os desafios de entrar na política, apoio familiar e sobre a necessidade da juventude se integrar à vida pública. Confira:

Pergunta: Por que um jovem universitário, ainda durante o curso, deseja entrar na política?

Resposta: Na verdade, a minha prioridade antigamente, como também hoje, sempre foi o meio acadêmico. Eu preferia me formar para me estabelecer e posteriormente entrar na vida política. Só que com os tempos atuais, estou ficando um pouco desgostoso com a política, porque a juventude está deixando de participar da política e deixando para o pessoal mais antigo, com mais experiência. Eu acho que é necessário que os jovens adentrem mais nesse aspecto político. Tem que ter uma visão nova e é isso que me fez ter o interesse de – se tiver oportunidade – poder participar e conciliar a vida acadêmica com a política.

P: Essa sua decisão conta com o irrestrito apoio da sua família?

R: Sim, sim. Tanto a família por parte de pai como a família pela parte de mãe. Meu pai, todos me apoiam. Se essa realmente for a decisão do grupo, que isso não depende apenas de mim, depende do grupo político. Se for a decisão do grupo e se me escolherem para ser o candidato, tenho apoio sim total da minha família, tanto paterna como materna.

P: Qual é o principal sonho do jovem Luiz Pedro hoje para Santa Maria da Boa Vista?

R: Hoje com certeza é ver o desenvolvimento de Santa Maria da Boa Vista em todos os aspectos e em todos os âmbitos. A cidade hoje tem vários pontos turísticos como o Monte Carmelo, que não são devidamente aproveitados e devem ser aproveitados. Como o Rio São Francisco, que é uma beleza imensurável. Além da parte da agricultura, que nós temos o Projeto Fulgêncio, que hoje praticamente é o que faz mover o dinheiro de Santa Maria da Boa Vista, principalmente na parte da banana. Na parte da educação, Santa Maria pode crescer mais. Já tem o IF, conquista de meu pai quando era prefeito, que é uma coisa que ajudou demais os alunos, que não precisam mais se deslocar 100 km para ter um estudo melhor. Na parte da saúde, se acontecer alguma coisa grave, tem que sair de Santa Maria, se deslocar 100 km para chegar a Petrolina. Eu acho que isso pode mudar. Nós temos primeiramente que evoluir na educação, porque segundo Paulo Freire a educação que liberta o indivíduo. Então, a educação que salva, se a gente tiver uma boa educação, consequentemente vai ter uma boa agricultura, uma boa infraestrutura e uma boa saúde.

P: Você apontou aí três pontos para um futuro governo, como você trabalharia para que esses pontos prioritários cheguem a ser concretizados para o benefício da população?

R: Com certeza com apoio. Ninguém consegue apagar um incêndio só. Eu com certeza iria buscar apoios, tanto no Governo do Estado como no Governo Federal, procurando também assessorias de pessoas que são capacitadas para isso. A gente não quer aquela política da troca: Você me ajuda nisso, eu te dou uma secretaria. A gente quer quem for capacitado. Pessoas capacitadas, que fazem evoluir em todos os aspectos. Se for uma pessoa capacitada para a Secretaria de Turismo, ela evolui; se for uma pessoa capacitada pra Infraestrutura, ela evolui. A gente não necessita de trocas, a gente necessita de capacidade. Se a pessoa for capaz, a gente consegue desenvolver, evoluir.

P: Você hoje integra o grupo do senador Fernando Bezerra Coelho. Espera contar com o apoio dele para a sua pré-candidatura e consequentemente para um eventual governo?

R: Com certeza. O apoio de Fernando é essencial. Na verdade, como eu já disse anteriormente, eu só coloco meu nome como pré-candidato, mas ainda não foi escolhido. A prioridade é Jetro, meu pai, se ele não puder ser candidato, existem outros nomes como o meu, o de George, o de Anselmo, de Carlinhos. Então isso é o grupo de Fernando Bezerra junto ao nosso que vai decidir quem vai ser o melhor nome para aquele momento de Santa Maria da Boa Vista.

P: Você já inicia essa sua pré-candidatura com uma certa dificuldade em termos familiar. Parte de sua família hoje integra o atual governo de Humberto Mendes. Como você vai fazer para unificar sua família?

R: Bom, isso foi a partir de Ana Graciliano, que é minha prima, gosto demais, tenho uma aproximação com ela, com os filhos dela que praticamente são meus irmãos. Então quero dizer que escolhas ocorrem. Ela escolheu ficar do lado de lá, mas isso não quer dizer que ela não pode vir para o lado de cá. A gente está de braços abertos. Foi uma escolha dela no momento, não seria minha escolha, mas se foi a dela a gente tem que respeitar. Não é porque a gente respeita algo que a gente vai aplaudir. Eu respeito, não vou aplaudir, mas se ela quiser voltar os braços estão abertos para recebê-la.

P: O que você tiraria de proveito da história de Santa Maria da Boa Vista para implementar num eventual governo seu?

R: Santa Maria da Boa Vista tem tudo para crescer. Santa Maria da Boa Vista começou pequena e hoje está imensa, a parte da Serenata. Santa Maria da Boa Vista, como eu já disse e repito, tem um rio banhando, então, tem tudo para crescer. Santa Maria tem uma história de quilombolas, então a gente pode conciliar tudo e valorizar mais a parte da nossa terra. Santa Maria hoje em dia é pouco valorizada, em todos os aspectos, sobre o rio, a história de Santa Maria e a parte turística.

P: A sua experiência universitária pode trazer algum proveito para um eventual governo?

R: Com certeza. Eu acredito que sim, porque sou jovem, estou vendo como é que pensa o adolescente, como é que pensa o jovem, como pensa o estudante, como pensa um futuro profissional. É lógico que a gente tem que conversar com pessoas mais velhas, porque as pessoas têm experiência, mas que tal as pessoas que têm mais experiência tentar aprender com os jovens? O jovem tem um pensamento diferente. É lógico que todo mundo está em constante evolução. Eu tenho um pensamento que posso agregar. Eu acredito que posso ajudar nessa parte acadêmica, parte profissional, por estar nessa vivência. Na parte da saúde também, principalmente porque vai ser minha área futura.

Entrevista por Didi Galvão  | Texto por Chico Gomes

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