Venezuela nega obstáculos a visita de senadores brasileiros e oposição apela a Rousseff

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O Governo da Venezuela negou na sexta-feira ter colocado obstáculos à visita de um grupo de senadores brasileiros, enquanto membros da oposição pediram que a Presidente do Brasil se pronuncie sobre a “agressão” aos parlamentares.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros atribuiu o corte da via que liga o aeroporto a Caracas a um acidente com um caminhão carregado com substâncias inflamáveis, e negou que “a segurança e integridade física” dos senadores estivessem comprometidas, assegurando que existe “material audiovisual e fotográfico” que o comprova.

Ainda assim, indicou que foi ativado “um dispositivo de segurança especial composto por mais de 30 efetivos (…) que acompanharam este grupo”, em coordenação com a embaixada do Brasil.

O comunicado do ministério assegura que a viagem dos senadores teve “como único propósito a destabilização da democracia venezuelana e quis gerar confusão e conflito entre países irmãos”, sublinhando que, ainda assim, “os laços de amizade e cooperação” com o Brasil estão “acima de qualquer manobra de divisão”.

Os parlamentares brasileiros denunciaram que durante o trajeto de quinta-feira em direção a Caracas várias pessoas bateram nos vidros do autocarro em que se deslocavam para visitar Leopoldo López, líder da oposição, atualmente preso e em greve de fome.

Os senadores desejavam também chegar ao centro onde se encontra detido o ex-presidente da Câmara Municipal de San Cristóbal, Daniel Ceballos, e à casa do presidente da Câmara de Caracas, António Ledezma, em prisão domiciliária.

Perante a impossibilidade de chegar à capital devido ao bloqueio da estrada, a delegação brasileira, liderada pelo ex-candidato presidencial Aécio Neves, optou por regressar ao seu país, já que considerou não ter recebido, por parte do Governo venezuelano, “garantias mínimas de segurança”.

A situação com os senadores levou o Congresso e a Câmara dos Deputados brasileiros a aprovar com urgência uma moção de censura contra o Governo da Venezuela.

Brasília convocou mesmo a embaixadora venezuelana no país e pediu-lhe para endereçar um pedido de “esclarecimentos” à ministra dos Negócios Estrangeiros, Delcy Rodríguez.

Membros do Partido Vontade Popular, liderado por López, solidarizaram-se com o grupo de senadores e deslocaram-se à sede da embaixada brasileira em Caracas para solicitar a Rousseff uma resposta a esta situação.

“Presidente Dilma Rousseff, este é o momento de marcar uma posição, é o momento de falar de forma clara sobre o que se passa na região. Uma delegação de senadores foi maltratada, agredida, não se pode virar as costas ao que aconteceu”, disse aos jornalistas o deputado do Partido Vontade Popular, Juan Guaidó.

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